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Bahia - 24 de agosto de 2018

Trancoso: Morte de baleia é 29º caso este ano na Bahia

Um macho adulto de baleia jubarte foi encontrado morto na Praia dos Nativos, em Trancoso, no litoral sul do município de Porto Seguro, nesta quinta-feira (23). Há uma semana, outra baleia da mesma espécie foi avistada, já morta, próximo ao Parque Municipal do Recife de Fora. O animal acabou sendo trazida pela maré até a praia de Mundaí, orla norte da cidade.

Segundo informações do Projeto Baleia Jubarte (PBJ), somente este ano 64 jubarte foram encontradas mortas no litoral brasileiro. Destes casos, 29 foram somente na Bahia. O estado lidera o número de encalhes. A quantidade é igual a registrada no mesmo período do ano passado.

As baleias jubarte costumam migrar para o litoral brasileiro em busca de águas mais quentes, a partir do mês de julho, no período de reprodução da espécie. De acordo com o coordenador de pesquisa do PBJ, Milton Marcondes, em toda a temporada do ano passado (de julho a outubro), foram registrados um total de 122 encalhes. “O número de encalhes vem aumentando. Acreditamos que isso esteja associado ao aumento da população de baleias”, informou Milton.
Para o pesquisador, o número de baleias encontradas mortas na temporada de 2018 está dentro da normalidade. Ele destacou que nos anos de 2010 e de 2017 houve um pico de mortalidade, provavelmente associado ao aumento da população e a redução da quantidade de krill – espécie de camarão que vive nas águas do Oceano Antártico, do qual as baleias de alimentam.

“Em 2016, por exemplo, houve uma redução do número de baleias que chegaram à Bahia. Neste ano, houve uma redução da oferta de alimentos e muitas delas migraram para outras regiões, como São Paulo e Santa Catarina, onde as águas mais frias são mais produtivas em relação a alimentação para as baleias”, avaliou Milton.

De acordo com o pesquisador, as causas das mortes das baleias encontradas no litoral brasileiro são naturais ou devido ao conflito com atividades humanas. Milton destacou que não é possível avaliar como a mortandade de baleias tem afetado a população dos cetáceos, pois não há o número exato de baleias mortas em uma temporada. “Nem todas as baleias mortas chegam ao litoral, mas estamos trabalhando para tentar reduzir as mortes associadas ao conflito com atividades humanas”, disse.

O Projeto Baleia Jubarte tem mantido diálogo com comunidades pesqueiras que informaram que estão mudando os hábitos de pesca durante o período de estada das baleias no litoral brasileiro para evitar colidir com estes animais e também para reduzir o prejuízo para eles. “Além disso, informamos para a Marinha os locais de maior concentração de baleias para que os navegadores possam ser alertados, evitando, desta forma, algum acidente”, concluiu Milton.
Noticia10/ascom

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