Teixeira de Freitas: presídio de segurança máxima pode “explodir” na capital do Extremo Sul da Bahia
No fim da década de noventa diversos setores da sociedade teixeirense como as associações de moradores de bairro, movimentos estudantis, CDL, OAB, maçonaria, sindicato dos bancários e comerciários, C.D.D.H, Universidade do Estado da Bahia, pastoral da juventude e a pastoral da família, protestaram contra a implantação do presídio de segurança máxima na cidade. Um informativo distribuído nas manifestações da época trazia em uma frase emblemática o texto “presídio de segurança máxima, não é cadeia pública”, demostrando assim toda a insatisfação da comunidade com implantação do presídio de segurança máxima em Teixeira de Freitas.
Inaugurado em 30 de março de 2001, o CPTF – complexo penitenciário de Teixeira de Freitas, com capacidade para abrigar 316 presidiários, o CPTF conta atualmente (segundo a secretaria de administração penitenciária e ressocialização do Estado da Bahia em seu último boletim, de 23 de fevereiro deste ano) com uma superlotação, abrigando 723 detentos, 417 indivíduos a mais que sua capacidade, mais que o dobro do que foi projetado para suportar. Esta atual condição do CPTM tem motivado rebeliões, fugas e o surgimento de uma das mais poderosas organizações criminosas atuantes dentro dos presídios do interior da Bahia, provocando assim medo e repulsa na população.
Há cerca de 30 dias uma grande tensão tomou conta de todo o Extremo Sul da Bahia depois das ocorrências que vitimaram 5 das 8 pessoas mortas por arma de fogo em Teixeira de Freitas, situação que transformou a rotina da cidade, aumentando a sensação de insegurança da população levando em um ato extremo as forças de segurança pública da região se integrarem e ocuparem as ruas de Teixeira de Freitas na tarde de quinta-feira (05/02). As motivações para tanto derramamento de sangue mais uma vez estariam dentro do CPTF, à transferência do detento “Jeguinha” para o Presídio de Serrinha-Ba, o que não agradou seus liderados, e a ascensão de um novo nome, Robson da Silva, o “Robissão”, como nova liderança do Pátio B, motivações usadas também como argumento para uma rebelião de quase sete horas, ocorrida uma semana antes da ocupação das ruas da cidade pelas forças de segurança integradas.
A sensação de impotência do cidadão tem chegado a seu estágio máximo nos últimos dias em Teixeira de Freitas e em toda a região, muito por não se ter ao certo das autoridades competentes informações claras quanto ao gigantismo do problema. Certo mesmo é o processo de compressão que o CPTF vem sofrendo por parte do “progresso” a qualquer custo, sendo cinturado por dois grandes empreendimentos imobiliários e pelo maior shopping do Sul da Bahia, que alheios às angustias da comunidade vendem uma “falsa” sensação de segurança, lazer e qualidade de vida, tudo bem maquiado para não expor a bomba relógio que é o CPTF – complexo penitenciário de Teixeira de Freitas, e claro, que está prestes a “explodir”.
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