Teixeira de Freitas: jovens de Alcobaça podem ser expulsos do colégio militar por protestarem contra Bolsonaro.

Cinco jovens de Alcobaça cidade do litoral da Costa das Baleias, Extremo Sul da Bahia, estão sofrendo um processo disciplinar que pode culminar em suas expulsões do colégio militar, colégio vinculado a polícia militar do Estado da Bahia, em Teixeira de Freitas. A motivação do processo disciplinar está sendo baseada em uma foto feita para um protesto contra o deputado federal pelo PSC (partido social cristão) do Rio de Janeiro, Jair Messias Bolsonaro, na foto os jovens aparecem em formação e postura militar tendo ao fundo, na lousa da sala, os dizeres” Bolsonaro, presidiário 2018” texto de protesto alusivo a aspiração do deputado em ser candidato a presidência da república.

O fato tem tomado uma grande repercussão regional e nacional, gerando uma grande onda de apoio aos jovens e acalorando uma situação que vem se agigantando desde o início das manifestações contra o impeachment que é a forma com que os militares têm tratado e se posicionado frente ao atual momento político do país. O fato não tem sido isolado, e a preocupação das pessoas próximas aos cinco jovens( Heloisa, Tiffany, Danilo e João Pedro) é que por estarem no interior da Bahia, um estado que tem sido dianteira na resistência principalmente ao presidente Michel Temer, o caso não tenha a real importância dada pelas autoridades competentes para atuar sobre o caso.

O colégio militar de Teixeira de Freitas, colégio Anísio Teixeira, tem sido uma referência nos últimos anos na formação educacional dos alunos, credenciando os seus estudantes a disputarem com condição de favoritos vagas em vestibulares de todo o país, e também sendo destaque com excelentes notas no ENEM, tornando assim em um alvo de interesse de vários jovens da região. Com a mudança de cadeiras feita pelo governador Rui Costa, a escola terá um novo diretor em duas semanas, pois está em estágio de transição, a expectativa é que o quadro referente aos jovens possa ser revertido sem prejuízos.

Para o coordenador da câmara de juventude do colegiado do Extremo Sul da Bahia, Neuzivan dos Santos, a postura é arbitrária e inaceitável, mas precisa ser apurada de forma a não cometer injustiças, nem com os alunos nem com a instituição, Neuzivan define o ato dos jovens como uma manifestação legítima de suas insatisfações e de extrema e importante consciência política “ esses jovens foram apenas muito engenhosos, de uma inteligência copiável, não podem ser punidos por expressarem sua opinião, expulsos? Assim sendo abre um precedente para quando os próprios policiais entrarem em greve (manifesto legítimo) serem expulsos da corporação, não é justo?” Neuzivan ainda disse que está aguardando o processo de transição para um diálogo com o novo comandante, “teremos um diálogo o mais breve possível, precisamos garantir que o direito de expressão não nos seja roubado, principalmente pela polícia militar”

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