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Entretenimento - 14 de maio de 2015

Sem Lilia Cabral, “Divã a 2” perde o que tinha de charme e originalidade

 

“Divã a 2” não é uma sequência do sucesso “Divã”, embora use a mesma identidade visual no cartaz do filme. O novo longa poderia ter qualquer outro título inócuo de comédias românticas —porque é tão anódino quanto qualquer exemplar sem graça do gênero. É o tipo de filme em que já se vislumbra a resolução antes dos créditos finais— nem o talento de Vanessa Giácomo disfarça os clichês.

O longa começa com a ortopedista Eduarda (Vanessa) e seu ex-marido, Marcos (Rafael Infante, do humorístico “Porta dos Fundos”), fazendo terapia separadamente, e tentando entender por que o casamento acabou. Enquanto contam a seus terapeutas o que aconteceu, o público recapitula a história deles. Como se precisasse de algo assim.

Existe algum personagem minimamente próximo de algo a que chamamos de ser humano em “Divã a 2”? Aparentemente, não. Marcos segue o caminho mais óbvio: começa a dar valor para a ex-mulher apenas quando a vê com outro homem. Essa “continuação” de “Divã” deixa de fora o que havia de melhor no primeiro filme: Lília Cabral e sua personagem —uma mulher madura. Não era um grande filme, mas, ao menos, não trazia como protagonista uma mocinha tola, como aqui e na maioria dos longas semelhantes.

O filme é cruel com as personagens femininas, que inclui além da protagonista, sua melhor amiga, Isabel (Fernanda Paes Leme), a mãe de Eduarda, Cristina (Totia Meirelles), duas personagens caricatas, apenas meras “muletas” narrativas para apresentar Leo à médica, ou cuidar do filho, respectivamente. Falta uma melhor amiga, como a do filme anterior, que tenha algo de sincero. Aqui, por mais que Eduarda trabalhe, seja independente e tudo o mais, há sempre o reforço da ideia de que será infeliz sem um homem para chamar de seu.

Dirigido por um homem, Paulo Fontenelle, e escrito por outros dois, Leandro Matos e Saulo Aride, (e apesar de contar com duas mulheres na produção, Vilma Lustosa e Walkiria Barbosa), “Divã a 2” é um filme bastante machista em sua ideia de felicidade para a protagonista —cuja vida estará apenas completa com um homem ao seu lado. Nesse sentido, falta um pouco de dignidade para o destino dessa personagem.

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