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Bahia - 5 de junho de 2015

Região: Suzano papel e celulose e a certificação para “destruir”

 

Há muito tempo um várias denúncias vem sendo apresentado pela imprensa regional sobre os profundos e negativos impactos econômicos, sociais e ambientais da monocultura de eucalipto junto à sociedade e ao meio ambiente na região, neste período também foram produzidas inúmeras pesquisas, publicações, cartas públicas, vídeos documentários, manifestos, relatórios técnicos, jornais, cartilhas, panfletos, teses e dissertações, livros, revistas, denunciando a insustentabilidade dessa “falsa” cadeia produtiva do eucalipto. Imaginava-se com isso que seria difícil que a certificação FSC ignorasse toda essa resistência de uma região, documentada em enorme diversidade e gêneros textuais, veiculada por mídias regionais, nacionais e internacionais.

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Para entidades e militantes da área ambiental, a manutenção do selo FSC obtida pela Suzano papel e celulose ferem os princípios do FSC e mostra o quanto o selo está na contramão do debate ambiental, permitindo a certificação das plantações uniformes de árvores como floresta sustentável, desvirtuando a mensagem do selo verde. Segundo o vereador da cidade de Mucuri, Antônio Ferreguet, presente na consulta pública que a Imaflora (entidade responsável por fazer a certificação FSC no Brasil) realizou no ano passado (2014) certificar a Suzano papel e celulose foi um péssimo feito do órgão, e manter o seu selo seria um atestado de óbito para a certificação FSC no Brasil.

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A certificação de sustentabilidade da Suzano papel e celulose nunca foi aceita pela sociedade impactada em seu entorno, as comunidades campesinas, sem terras, os quilombolas, indígenas, ribeirinhos e a vizinhança impactada por seus plantios. A região da tríplice fronteira Bahia, minas Gerais e Espírito Santo, está repleta de conflitos sócio ambientais, envolvendo a “falsa” cadeia produtiva do eucalipto da Suzano papel e celulose e uma grande diversidade de povos tradicionais. Seus agroquímicos contaminam o solo e a água de uma mesorregião, suas terras se sobrepõem a territórios étnicos tradicionais, sua mecanização gera desemprego em larga escala, sua poluição industrial afeta um enorme raio territorial, seus caminhões e infraestrutura transtornam estradas e comunidades rurais.

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Para a Fundação Padre José Coopmans, o manejo dessa “falsa” cadeia produtiva do eucalipto gera insegurança alimentar e concentração de terras nas mãos de poucos, em um território de intenso êxodo rural, de carência de Reforma Agrária, de políticas públicas e sem a titulação de territórios tradicionais. Para a entidade que é uma referência quando se trata de enfrentamentos ao caos sócio ambiental promovido pela silvicultura de eucalipto o selo do FSC está certificando e maquiando como sustentável uma tragédia social e ambiental, ao invés de contribuir para a diminuição das desigualdades sociais econômicas e ambientais da região, devendo ser imediatamente revisto possibilitando a titulação dos territórios tradicionais, a agricultura camponesa e a reforma agrária, promovendo a agroecologia, a soberania alimentar e a recuperação do clima e da mata atlântica na região.

rede ativa/noticia10

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