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Educação - 7 de setembro de 2013

Questões do Enem vão ter ‘bunker’ para evitar fraudes

 

A partir do próximo ano, as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) serão elaboradas numa espécie de caixa-forte montada na nova sede do Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame. A intenção é que o espaço, com alta segurança e vigilância reforçada, ocupe um dos pavimentos do edifício. Ali será analisado o conteúdo do Banco Nacional de Itens, que reúne questões dos exames sob comando do instituto, como Revalida, Prova Brasil, Celpe-bras (exame de proficiência em português) e o Enem. Principal porta de entrada nas universidades federais, o Enem passou por falhas de segurança no passado: em 2009, a prova foi furtada da gráfica que a imprimia.

Em 2011, alunos de um colégio particular em Fortaleza receberam, antes do exame, material com questões que caíram na prova. As questões da prova são elaboradas em instituições públicas de ensino superior e encaminhadas por um sistema eletrônico a Brasília, onde são revisadas por especialistas, que montam o exame. No ano passado, o órgão já havia reforçado a segurança na aplicação do Enem, instalando lacres eletrônicos em parte dos malotes das provas. Neste ano, o dispositivo será usado em todos os pacotes.

Ao todo, serão 21 salas de trabalho com capacidade para até dez pessoas, cujo acesso será permitido após rigorosa triagem. Todo o espaço, estimado em 988 m², estará sob vigilância de 101 câmeras de circuito interno. “O ambiente físico integrado para proteção de informações sigilosas deverá controlar o acesso dos usuários com tecnologia biométrica digital, scanner humano, porta eclusa, sistema de monitoramento de imagens e de um sistema integrado de CFTV [circuito fechado de TV]”, afirma edital de licitação para construção do espaço. Segundo o presidente do Inep, Luiz Claudio Costa, a sede atual possui duas salas de modelo semelhante, que “atendem com limitação” as necessidades do órgão.

O objetivo do novo espaço, afirma, é engordar o banco de itens de forma mais rápida. “Se eu puder trabalhar ao mesmo tempo [as questões de diferentes provas], posso otimizar minha produção de itens”, afirmou. De acordo com Costa, com a estrutura atual é necessário estabelecer quase um “calendário rotativo”, em que os revisores das questões têm que se alternar no mesmo espaço. As propostas das empresas interessadas em participar do processo começarão a ser analisadas na próxima semana. A expectativa do Inep é que o complexo custe R$ 15,2 milhões e esteja funcionando a partir de março de 2014.

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