Pedro Canário: Vídeo sobre Rio Itaúnas concorre a prêmio no Fórum Mundial das Águas
O 8º Fórum acontece em Brasília, de 18 a 23 de março, e a votação para a Mostra Voz do Cidadão está aberta até o dia 20 de março. Os seis mais votados receberão um prêmio simbólico em dinheiro – US$ 400,00 cada – e serão divulgados em outros espaços internacionais, como nas filiais da Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD).
A produção capixaba refere-se ao Projeto Itaúnas Sempre Vivo, lançado em julho de 2017, com financiamento colaborativo pela plataforma Catarse, com apoio da Escola de Ativismo. O objetivo é produzir um documentário, uma exposição fotográfica histórica itinerante, e formar um Coletivo Juvenil Ativista. A Bacia Hidrográfica do Rio Itaúnas abrange oito municípios: Ponto Belo, Montanha, Mucurici, Boa Esperança, Pinheiros, São Mateus, Pedro Canário e Conceição da Barra.
O Rio tem três nascentes principais, sendo uma em Ponto Belo, no noroeste do Espírito Santo, e outras duas nas divisas com a Bahia e Minas Gerais. Seu leito, porém, corre exclusivamente no território capixaba, abastecendo 130 mil pessoas. Em vários pontos, a degradação é gritante. “Já ouvimos relatos de um produtor que andou de moto no leito do rio, de tão seco!”, conta a bióloga Márcia Lederman, diretora-presidenta da Sapi.
Marcia diz que o Itaúnas é a bacia mais degradada do Espírito Santo, com apenas 9% de cobertura vegetal natural. É também uma das mais conflituosas, com baixa densidade demográfica e muitos latifúndios, estes, os grandes responsáveis pelo mau uso do solo e da água no território, caracterizado pelas monoculturas de eucalipto, cana-de-açúcar e pastagens, que fazem uso intensivo de agrotóxicos. A foz artificial também provocou grande alteração na dinâmica do rio.
As ações de recuperação das nascentes e matas ciliares e de despoluição, no entanto, são praticamente inexistentes. A bióloga, que já foi gestora do Parque Estadual de Itaúnas, cita uma situação recente que ilustra bem o posicionamento irresponsável do Estado com relação à crise hídrica, quando, em um evento oficial, o secretário de Meio Ambiente, Aladim Cerqueira, afirmou não dispor de orçamento para o reflorestamento do Itaúnas, nem mesmo via o Programa Reflorestar, ao passo que o mesmo governo vai investir R$ 60 milhões em cinco barragens na bacia, que já tem cerca 1.800 dessas obras, incluindo a maior do Estado, em Pedro Canário.
“No meio de tanta coisa ruim, a comunidade se junta para buscar alguma solução. É essa mensagem positiva que a campanha traz”, afirma.
O documentário está em fase de produção, já tendo sido visitados seis dos oito municípios, onde foram localizados diversos pontos de degradação e também coletivos que atuam em favor da recuperação do rio. A intenção é começar as filmagens no final de março e lançar o documentário na semana do meio ambiente, em junho.
A entidade está buscando levantar apoio das prefeituras, para colaborar na logística de locomoção da equipe do documentário. “Temos o nosso carro próprio, mas precisamos de mais um carro de apoio, pra rodar os territórios”, explica a arte educadora Kika Gouvea, diretora de comunicação da Sapi.
A divulgação do vídeo no Fórum Mundial da Água e, quem sabe, em outros espaços internacionais, fortalece o trabalho da Sapi e dos colaboradores do Itaúnas Sempre Vivo. “E unifica!”, observa a arte educadora. “Porque a gente percebe que o problema não é só nosso, e acaba conhecendo pessoas lá na África, na Bolívia ou em outros países e continentes, que vivem uma situação semelhante”, diz. “Cria uma identidade, que a gente é uma grande família humana, no planeta Terra”, consigna.
Noticia10/ascom
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