Home Segurança pública Polícia ONU estima que 45 mil mulheres e meninas foram mortas por membros da família em 2021
Polícia - Segurança pública - 26 de novembro de 2022

ONU estima que 45 mil mulheres e meninas foram mortas por membros da família em 2021

Um relatório publicado na última quarta-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que mais da metade dos assassinatos de mulheres em todo o mundo foram cometidos por maridos, parceiros ou outros parentes. O mais recente levantamento da entidade sobre feminicídio apontou que mais de cinco mulheres e meninas foram mortas a cada hora por um membro da família em 2021.

Segundo o relatório, 45 mil dos mais de 81 mil assassinados (56% do total) no período estão nessa categoria. A ONU Mulheres e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime consideraram os números “alarmantemente altos”, sendo que o número real de feminicídios (quando mulheres são mortas por conta de seu gênero) é provavelmente muito maior. Ainda de acordo com o levantamento, aproximadamente quatro em cada 10 mortes em 2021 não foram contabilizadas como feminicídios por insuficiência nos dados.

Os números apontam que a Ásia foi o continente que registrou o maior número de crimes desse tipo no período, com 17.800 mortes (40% dos casos de feminicídio). No entanto, a pesquisa mostrou, também, que mulheres e meninas na África corriam maior risco de serem mortas por familiares, com a taxa de assassinatos relacionados ao gênero em casa sendo estimada em 2,5 para 100 mil mulheres no continente, muito acima do 1,4 nas Américas, 1,2 na Oceania, 0,8 na Ásia e 0,6 na Europa.

Advogada de direitos humanos e coordenadora regional para as Américas da organização internacional de direitos das mulheres Equality Now, Bárbara Jiménez-Santiago aponta que dados abrangentes sobre feminicídio devem ser disponibilizados e que as estatísticas devem incluir mortes resultantes de outras formas de violência — como exemplo, uma mulher que comete suicídio após um estupro ou uma menina que engravida devido a um estupro e morre durante o parto.

— A violência doméstica ainda é comumente vista como um assunto privado de ‘família’ em algumas partes do mundo. A polícia e os promotores muitas vezes não levam os casos a sério, e a culpabilização das vítimas é generalizada. Isso impede que mulheres e meninas denunciem violações. Os infratores ficam impunes e isso promove uma cultura de impunidade que perpetua mais abusos — afirmou.
Noticia10/onu

Check Also

Linhares: Rota do cacau capixaba, o novo destino turístico que conecta cultura e sabor no Espírito Santo

O Espírito Santo ganhou um novo atrativo turístico com a criação da Rota do Cacau Capixaba…