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Entretenimento - 16 de janeiro de 2015

“Nunca cantei em favelas porque ralei para escapar disso”, diz Seu Jorge

 

Uma das atrações do Sydney Festival, que reúne música, teatro e dança na cidade australiana até o dia 26 de janeiro, o cantor Seu Jorge relembrou a infância pobre em entrevista ao correspondente do jornal britânico “The Guardian”. A entrevista se concentra na virada da carreira do fluminense de Belford Roxo, que hoje vive com mulher e filhas em Los Angeles. Depois que o irmão foi assassinado, em uma batalha de policiais contra traficantes, Jorge passou os três anos seguintes vivendo nas ruas.

“É difícil conciliar essa juventude endurecida com o homem gentil à minha frente”, escreveu o repórter Nick Olle, que entrevistou o cantor ao lado da piscina do Hotel Four Seasons, em Sydney. “Eu me vinguei quando decidi fazer música e enviar uma mensagem boa para as pessoas”, disse ele. “Tenho feito filmes e falado dessas histórias, mas, como artista, nunca toquei em favelas porque eu ralei muito para escapar disso.”

“Eu não quero voltar porque os ‘big boys’ vão dizer: ‘Eu quero conhecer o Jorge, quero encontrar com ele’. E eu não quero estar envolvido com essas coisas”, disse ele. O cantor ainda contou que decidiu viver nas ruas do Rio depois da morte do irmão porque se envolver com o crime seria ruim para os irmãos mais novos.

Além do passado, Jorge também contou que trabalha no segundo volume de “Músicas para Churrasco” e que se prepara para o lançamento de “Pelé”. No filme sobre o rei do futebol, Seu Jorge vive o pai do atleta no início da carreira. “Eu amo jogar futebol”, disse. “Eu não tenho muita habilidade, mas cinema é mágico. Se você me vir no filme, vai dizer:’Uau! O Jorge sabe jogar’.”

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