Novelas da Record precisam e merecem ter mais audiência
A Record já produziu novelas que alcançaram mais de 20 pontos de média no Ibope. Nem faz tanto tempo assim. Foi em 2008, com Caminhos do Coração, a trama dos mutantes. A teledramaturgia da emissora chegou a incomodar a Globo. Mas algo aconteceu, interrompendo os bons resultados. A audiência de produções de sucesso como o remake de A Escrava Isaura (2004) e Prova de Amor (2005) não foram repetidas por novelas recentes.
A atual, Vitória, de Cristianne Fridman, no ar desde 2 de junho, registrou até agora média de 5.6 pontos. É exatamente o mesmo índice dos 176 capítulos da antecessora, Pecado Mortal, escrita por Carlos Lombardi. Em seus primeiros 28 capítulos, Vitória teve recorde positivo na estreia, com 7.5 pontos. A pior audiência aconteceu na sexta-feira passada (dia 4): apenas 3.5 pontos. Número tão baixo não é compatível com o potencial da trama. Recheada de clichês, a novela deveria ter atraído um número maior de telespectadores que gostam de um folhetim explícito.
As produções anteriores Dona Xepa, Balacobaco e Máscaras também patinaram no Ibope. A média geral oscilou entre 6 e 7 pontos. A última novela da Record com audiência satisfatória foi Vidas em Jogo, de 2011, com 12 pontos. O mau desempenho não é exclusividade da emissora comandada pela cúpula da Igreja Universal.
As tramas da Globo, antes imbatíveis, também despencaram no ranking. A atual das 18h, Meu Pedacinho de Chão, deverá terminar com média de 17 pontos, sendo que a meta era chegar aos 20. Geração Brasil, exibida na faixa das 7 da noite, travou nos 20 pontos, longe da expectativa de 25.
Apesar dos investimentos milionários e da contratação de centenas de ex-globais, entre atores, autores e técnicos, a Record ainda está longe do padrão Globo de teledramaturgia. Porém essa distância não justifica a performance tão sofrível de suas novelas. As produções têm qualidades. Parece existir forte rejeição do público.
Talvez tenha a ver com a imagem da emissora. Durante algum tempo, a Record se beneficiou da torcida geral para quebrar a soberania da Globo. Era uma luta entre Davi e Golias — e boa parte do público apoiou o lado mais fraco. Essa busca por superação e crescimento foi um marketing positivo.
Porém a cumplicidade do telespectador que torcia pelo canal perdeu força gradativamente e hoje quase nem é perceptível. A emissora passou a ser avaliada sem a mesma emoção. As novelas da Record simplesmente não repercutem. Não há mobilização popular. As tramas da Globo, mesmo as ruins, viram assunto no boteco, no ônibus, no elevador, nos programas de outras emissoras. As da Record são praticamente ignoradas.
Linhares: Rota do cacau capixaba, o novo destino turístico que conecta cultura e sabor no Espírito Santo
O Espírito Santo ganhou um novo atrativo turístico com a criação da Rota do Cacau Capixaba…