Nova Viçosa: Técnicos da Fíbria maquiam apresentação e negam que dragagem polui praias
A comissão formada por entidades do município de Nova Viçosa para discutir soluções para o acúmulo de lama nas praias locais recebeu nesta quinta-feira, 31 de julho de 2014, da equipe de técnicos da empresa Fíbria os documentos que viabilizaram a licença para dragagem do Canal do Tomba, no terminal de barcaças em Caravelas.
As discussões sobre o problema com a lama na orla e os prejuízos à atividade pesqueira chegaram à Câmara de Vereadores através das Associações de Pescadores, Hotéis e Pousadas, Cabaneiros, outras associações e segmentos do comércio. A economia da sede do município tem como referenciais o turismo e a pesca, atividades diretamente prejudicadas com a poluição do mar. Os pescadores reclamam da escassez do que chamam de “peixes de água limpa”, espécies que abandonam o local aos primeiros sinais de poluição. Moradores e comerciantes afirmam que em alguns pontos das praias do Lugar Comum e Pau Fincado a lama pode chegar a cinquenta centímetros.
Participaram do ato de entrega dos documentos, que teve início às 9h00min, na Câmara de Vereadores a Vereadora Elenice Arruda, que preside a comissão que discute soluções para o impacto ambiental, os vereadores Milton Mutuca, João Farias e Quinzinho, o prefeito Márvio Mendes, a secretária de Meio Ambiente Carla, o procurador municipal Romildo Machado, presidentes das entidades que integram a comissão, além de populares, uma vez que o evento foi aberto ao público. A equipe técnica da Fíbria era composta por Engenheiro Naval, Analista Ambiental, comandadas pelo engenheiro florestal e coordenador de meio ambiente Juliano Dias. Também participaram um Consultor de Sustentabilidade e o coordenador de logísticas.
Com apresentação de vídeos e slides o engenheiro naval Rodrigo Araújo explicou o processo de dragagem e descarte dos sedimentos (areia e lama), pontuando que os estudos foram acompanhados e aprovados pelos organismos de meio ambiente e que existe uma comissão permanente de acompanhamento dessa dragagem. “Tecnicamente não há possibilidade de que esse material acumulando na praia seja o mesmo que descartamos pois o monitoramento é feito durante todo o período de dragagem”, disse o engenheiro. No entanto o coordenador ambiental Juliano Dias afirmou que a Fíbria quer fazer parte da solução do problema que afeta Nova Viçosa.
Com a apresentação técnica do processo de dragagem e descarte constatou-se que todos os estudos e monitoramentos estão centralizados na área marítima pertencente ao municípios de Caravelas, não havendo histórico das condições ambientais dos recifes de corais e das praias de Nova Viçosa. As correntes marítimas seguem sempre para o sul, a partir de Caravelas, o que sugere a necessidade e avaliações constantes das condições do mar, já que no período da dragagem até600 mil metros cúbicos de sedimentos podem ser depositados numa área de 4 KM², a cerca de seis Km da praia.
O consenso entre os integrantes da comissão é de que a justiça seja acionada para que a dragagem não seja retomada em novembro. “O nosso problema não é a dragagem e sim o descarte” disse um pescador. Os documentos que licenciaram a dragagem serão analisados por técnicos no estado do Rio de Janeiro, eles emitirão pareceres que norteará a mediadas a ser tomada pelo município de Nova Viçosa em relação aos prejuízos ambientais.
Há cerca de um ano o presidente da câmara Rogério de Souza Benjamin vem recebendo reclamações de vereadores, associações e outras entidades. Em sua fala, o prefeito Márvio Mendes destacou que “eles dizem que a dragagem não prejudica Nova Viçosa mas temos que saber de onde vem essa lama. Nossas praias sempre foram referencia na região, hoje estamos prejudicados na pesca e no turismo. Se tivermos que adotar medidas jurídicas para resolver o problema faremos em nome da sobrevivência da nossa economia”, disse Márvio.
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