Notícia sobre barbas serem foco de bactérias é antiga e não tem comprovação científica.
Uma notícia já antiga, onde um pesquisador mexicano teria revelado uma pesquisa provando que a barba humana possui inúmeras bactérias encontradas somente nas fezes voltou a circular na web, mais o que tem de verdade? A notícia apareceu na rede em 2015 e afirmava que o microbiologista mexicano John Golobic publicou uma pesquisa indicando que os pelos da barba dos homens podem ser tão sujos quanto um vaso sanitário.
Segundo o artigo que foi publicado em inúmeros sites de notícias no mundo inteiro, o pesquisador teria dito que “a situação é preocupante“, pois a maioria das bactérias vão parar na barba após o contato com a mão e há um pequeno risco de contaminação. A manchete dá a entender que o tal pesquisador fez um estudo sério, de alguns meses ou até anos de duração, com inúmeras amostras de barbas. Tudo feito em laboratórios sérios, com publicações em revistas científicas de renome… Mas não foi bem assim que aconteceu.
O fato é que não houve nenhum estudo sério e aprofundado por parte do microbiologista, como está sendo espalhado por aí. Na verdade, o que ocorreu é que uma equipe de reportagem da KOAT recolheu amostras de cotonetes que foram esfregados nos pelos da barba de alguns voluntários anônimos e as levou para análise em um laboratório da cidade. Os cotonetes foram testados pelo microbiologista John GolobiČ, que concluiu que algumas amostras não continham nada de anormal enquanto que algumas apresentaram bactérias encontradas nos nossos intestinos.
Conforme bem observado pelo jornal The Guardian, a simples declaração do microbiologista de que havia vestígios de bactérias “entéricas” em algumas das amostras fez com que milhares de sites de notícias começassem a publicar notas dizendo que a barba seria mais suja que uma privada!
O exagero na notícia também foi denunciado pelo The Washington Post, explicando que: “[…] os resultados do “estudo” não são de um estudo científico real. Em vez disso, um âncora de telejornal pegou um punhado de cotonetes de barbas pessoas aleatórias e conversou com um único microbiologista sobre o que ele poderia cultivar a partir dessas amostras”.
Além disso, explica o Washington Post, estamos cobertos de bactérias pelo corpo inteiro e que a presença desses micro-organismos nem sempre significa que isso seja prejudicial à saúde. Algumas barbas são realmente nojentas, mas a notícia é um exagero que não passa de um alarmismo espalhado pela rede!
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