Mucuri: Suzano é humilhada em audiência pública do rio Mucuri, que promoveu a integração dos estados Bahia e Minas Gerais.

Realizada na última segunda feira (21) a audiência pública “o rio Mucuri precisa viver”, primeiro movimento no sentido de discutir o atual cenário de crise hídrica em que enfrenta o Rio Mucuri, conseguiu ir além daquilo que o objeto do seu chamamento propunha, debater a seca do rio, promoveu um intenso debate sobre o grau de importância que cada agente beneficiário das águas do rio Mucuri tem dado ao seu atual estado de saúde hídrica. Para o deputado Dr. Jean Freire, da comissão de águas da assembleia Legislativa do estado de Minas Gerais, a ausência da Suzano no debate foi uma clara confissão de culpa, e assim sendo precisa ser punida pelos seus atos criminosos para com o rio Mucuri.

Intitulada “o Rio Mucuri precisa viver: enquanto o rio viver o homem será imortal” a audiência pública foi provocada pela câmara de Juventude do colegiado do território de identidade Extremo Sul da Bahia e chamada pela frente parlamentar de meio ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia presidida pelo deputado Marcelino Galo. Para Marcelino O Rio Mucuri precisa com muita urgência de um repensar sobre as formas e mecanismos usados para uso de suas águas, os agentes que atuam contribuindo de alguma forma para que o Rio Mucuri se encontre no atual cenário de calamidade precisam rever essa metodologia e ninguém melhor do a câmara de juventude para provocar essa discussão.

A audiência foi marcada pela participação maciça de pessoas envolvidas diretamente com ações de cuidado com o Rio Mucuri, como a senhora Marli Teles, membro do movimento águas do Mucuri, ela fez um desabafo emocionado carregado de tristeza em face do descaso que vem sofrendo o rio, para ela, militante a mais de vinte anos nas causas do Mucuri, uma co-gestão precisa urgentemente ser instaurada para acompanhar de forma continuada o fluxo hídrico do rio. Numa outra fala o deputado Dr. Jean Freire foi bem enfático “precisamos retribuir pelo menos o mínimo que o Mucuri já nos proporcionou, ele vem nos dando água ao longo de todos esses anos, água é vida, e está sendo uma troca injusta, pois estamos matando o rio aos poucos, a Suzano não é a única, mas é sem dúvidas a maior assassina do Rio Mucuri”

Coube ao ouvidor geral do Estado da Bahia, Yulo Oiticica, precisar quais seriam as frentes de ações a partir da audiência pública, como ouvidos do governador Rui Costa, Yulo tem sido peça fundamental para que as demandas da sociedade ganhe força frente ao executivo do estado. “ o govenador me mandou para dizer que o estado da Bahia não será omisso com o Rio Mucuri, não estamos de olhos fechados, pelo contrário, estar aqui hoje é mostrar para a sociedade que o Estado se preocupa e fará o possível para encontrar mecanismos que tire o Mucuri dessa situação, não pelas empresas, não pela Suzano, não que ela não precise, mas pelo povo, por quem precisa de água, pelo pescador, pelo ribeirinho, pelo pequeno agricultor, pela vida que ao longo desses anos o rio Mucuri nos tem proporcionado”

Para o coordenador de juventude do território de identidade do Extremo Sul da Bahia, Neuzivan dos Santos, a mobilização de toda a sociedade em questões como a situação do rio Mucuri se faz mais que necessário, é obrigação, precisam se envolver, opinar, dizer o que está certo o que está errado, não existe absolutismo quando é o bem maior de uma comunidade o que se está discutindo, existem consensos, não absolutismos, argumentou Neuzivan enquanto cobrava das empresas beneficiárias do Rio Mucuri uma postura mais humana. Neuzivan aproveitou para agradecer a todos os presentes, a comunidade, vereadores, secretários municipais, ONGs, todos que contribuíram para que a audiência acontecesse, segundo ele o documento gerado será encaminhado a todos os participantes, as assembleias de Minas Gerais e Bahia, além das autarquias ambientais competentes

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