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Bahia - 4 de março de 2015

Mucuri: Suzano defende eucalipto transgênico mesmo tendo falhado nos testes.

 

O Brasil é um dos maiores produtores de celulose do mundo: estima-se que mais de 5 milhões de hectares sejam destinados à plantação de florestas de eucaliptos, que em 2014 fez com que seus produtores lucrassem 600 dólares por tonelada, atividade das mais rentáveis do setor. Diversos especialistas chamam a atenção para os danos ambientais que o plantio dessa commoditie causa. A começar pela destruição de toda uma biodiversidade e a substituição por uma única espécie.

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Outro ponto são as enormes quantidades de agrotóxicos utilizados no plantio, responsáveis pela extinção de insetos e animais benéficos como borboletas, besouros, joaninhas, abelhas, anfíbios, tatus, etc. Um destes agrotóxicos mais utilizados nas plantações de eucaliptos é o sulfluramida, fortemente cancerígenos e proibido pela Convenção de Estocolmo, subscrita pelo Brasil e por mais de 152 países.

É a primeira vez que se aprova o eucalipto transgênico. Essa busca pela primazia do domínio é o que faz essa aprovação sair a qualquer custo, mesmo com todas as falhas apresentadas. A valorização da biotecnologia para domínio comercial de um produto transgênico que é único no mundo. Temos muitas criticas a esse processo tecnológico, que não traz benefícios à comunidade como um todo, à própria eucaliptocultura, aos produtores de mel e etc. Os critérios do Forest Stewardship Council (FSC) não aceitam variedades transgênicas para certificação florestal. Só no ano passado, o Brasil produziu 16 mil toneladas de mel de eucalipto. A produção será contaminada após a liberação do transgênico.

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Alguns setores tentam minimizar essa contaminação, mas ainda não sabemos qual o real impacto disso. Mas já sabemos que isso representará um desastre para a apicultura brasileira. Em uma plantação de eucaliptos quase não se encontra biodiversidade. Não há sobrevida de insetos, animais. São usados em grande escala agrotóxicos à base de glifosato e de sulfluramida. Com o aumento em grande escala do monocultivo, mais o decréscimo no tempo de produção, o aumento na utilização de agrotóxicos é evidente.

Paulo Kageyama

Mesmo assim, no próximo dia 5 de março, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) colocará em pauta a votação que libera o cultivo de eucalipto transgênicos no Brasil. Para Paulo Kageyama, integrante da CTNBio e professor da Universidade de São Paulo, “esse projeto não traz benefícios à comunidade como um todo, nem a própria eucaliptocultura e aos produtores de mel. Muitas empresas do setor já reconheceram que essa é uma liberação prematura. A única grande interessada e justamente a única empresa beneficiada por esse processo é a FuturaGene/Suzano”, afirma.

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