Minas Gerais mantém liderança na produção mineral e diversifica exploração com foco em lítio e terras raras

Minas Gerais continua no topo da produção mineral no Brasil, respondendo por 41,7% do valor total da indústria no país em 2023, com um faturamento de R$ 103,6 bilhões. Mesmo alternando esporadicamente com o Pará, o estado mineiro mantém sua posição dominante, impulsionada principalmente pela extração de minério de ferro. No entanto, a diversificação da produção com minerais como ouro, lítio, nióbio e grafita tem ganhado cada vez mais relevância, consolidando Minas como um dos polos mais estratégicos para o setor mineral.

Enquanto o minério de ferro permanece como o carro-chefe da economia mineral mineira, esse protagonismo também gera desafios. Os desastres ambientais em Mariana e Brumadinho destacam a complexidade de conciliar a mineração com a segurança das comunidades. Apesar desses obstáculos, os investimentos no setor não param. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Minas Gerais receberá US$ 17,23 bilhões em projetos de mineração até 2028, com foco não apenas na expansão da produção de ferro, mas também na modernização de processos para mitigar impactos ambientais, como a eliminação de barragens de rejeitos.

A corrida pelo lítio e pelas terras raras, minerais essenciais para a transição energética, é um dos grandes motores de crescimento no estado. De acordo com a Invest Minas, o número de requerimentos de pesquisa para lítio mais que triplicou em apenas um ano, saltando de 500 para 1.700. Esse boom reflete a busca por reservas estratégicas que possam posicionar Minas Gerais como um dos maiores fornecedores globais de lítio, mineral essencial para baterias e tecnologias sustentáveis. Além disso, empresas como a Meteoric Resources estão avançando em projetos de terras raras, que são cruciais para indústrias de alta tecnologia.

Com uma base empresarial robusta, Minas Gerais abriga grandes nomes da mineração, incluindo os principais produtores de minério de ferro e ouro, como Kinross e AngloGold Ashanti, além da CBMM, líder mundial na produção de nióbio. As empresas AMG, CBL e Sigma são as protagonistas na extração de lítio, fortalecendo o papel do estado como centro de inovação e investimento no setor mineral. A diversidade de recursos e o volume de investimentos tornam Minas Gerais um ponto-chave no mapa da mineração mundial, com potencial para liderar a transição energética global.
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