MG: Zema derrapa nas rodovias e qualidade das estradas mineiras tem uma das piores avaliações do Brasil

Enquanto 16 estados brasileiros e o Distrito Federal comemoram índices superiores a 70% das rodovias em boas condições, Minas Gerais enfrenta um cenário preocupante com apenas 51% de sua malha rodoviária classificada como boa e 18% entre ruim e péssima, segundo o último Índice de Condição da Manutenção (ICM) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A última vez que Minas Gerais alcançou mais de 70% de qualidade em suas rodovias foi em 2016, evidenciando um declínio constante sob a atual gestão.

Para o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Adalcir Lopes, a precariedade das rodovias estaduais e federais é alarmante e requer soluções urgentes. “Enquanto não houver um olhar das entidades para que sejam privatizadas as rodovias tanto federais quanto estaduais, a situação tende a piorar ainda mais. As tarifas atuais não remuneram as concessionárias, que hoje não conseguem nem fazer um recapeamento de qualidade,” afirmou. A devolução de concessões rodoviárias, como o trecho entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, reforça esse cenário crítico.

Apesar dos esforços do ministro dos Transportes, Renan Filho, para aumentar o orçamento destinado às estradas, as rodovias em Minas Gerais permanecem em estado precário. O recente contrato de concessão da BR-040 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, assinado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ministério dos Transportes e Grupo EPR, representa uma tentativa de melhoria, mas a efetividade desse movimento ainda precisa ser observada.

Lopes, no entanto, demonstra algum otimismo em relação ao futuro. “Aqui em Minas, o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Pedro Bruno Barros, prometeu pelo menos cinco licitações para melhorar as estradas do Estado. Uma que estamos aguardando é a que liga Belo Horizonte a Mariana. Estou otimista também com as intervenções entre Belo Horizonte e Caeté. Só assim para mudarmos esse cenário de calamidade que se encontram as estradas mineiras,” considerou. Com uma malha rodoviária de 272.062,90 km, sendo a maior do país, a necessidade de investimentos significativos é inegável para garantir a segurança e a eficiência do transporte em Minas Gerais.
Noticia10