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Minas Gerais - 10 de dezembro de 2018

MG: Queijo Minas Artesanal vira referência e muda a vida dos produtores

Os produtores rurais Onésio Leite da Silva (São Roque de Minas), José Baltazar da Silva (Serra do Salitre) e Eurico Tarôco (São João del-Rei) são pessoas simples, de regiões distintas e que carregam cada um a sua história. No entanto, os três estão unidos por pertencerem à elite da fabricação do Queijo Minas Artesanal (QMA), produto imprescindível à boa mesa.

O desejo de cresce e ir mais adiante é outra semelhança que une os três produtores. Eles são unânimes em afirmar que esperam manter ou melhorar a qualidade da principal fonte de sustento das suas famílias.

No pequeno município de Serra do Salitre, a 368 km da capital mineira, o queijo é produto tradicional e chama a atenção pela qualidade. São muitos produtores que fazem daquele lugar um dos mais atraentes para os apreciadores da iguaria. José Baltazar da Silva, de 60 anos, começou a trabalhar com o derivado do leite há mais de 20 anos. Pouco tempo depois decidiu parar de produzir queijo e investir em café, produto que também gosta daquelas terras.

Baltazar trabalhava com o café enfrentando altos e baixos daquela cultura até que sofreu um acidente e resolveu abandonar a atividade poucos anos depois. O acaso foi determinante para a reviravolta na sua vida. “Com o apoio da minha esposa, voltei a produzir o queijo em 2004. Tinha pouca renda, mas precisei juntar dinheiro para a atividade e procurei assistência técnica da Emater. Em pouco tempo os projetos foram saindo do papel: primeiro a construção do curral, depois o barracão para ordenha e, posteriormente, a queijaria”, revela Baltazar.

Como estado líder na produção de leite, com um terço da produção nacional, Minas Gerais tem boa parte do produto destinado à fabricação de derivados diversos, entre eles o Queijo Minas Artesanal (QMA), que agrega valor, conquista prêmios, ganha novo status e mais espaço na gastronomia. Houve também quebra de barreiras para que o queijo mineiro de leite cru pudesse ser comercializado em outros estados.

Para isso, o Governo do Estado vem realizando nos últimos anos um trabalho mais focado na melhoria do produto. Esse esforço é liderado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com as suas vinculadas Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Existem também trabalhos desenvolvidos pelas universidades, com destaque para a Federal de Minas Gerais (UFMG), Federal de Viçosa (UFV) e Federal de Lavras (Ufla), bem como a Estadual de Montes Claros (Unimontes). O superintendente de Apoio à Agroindústria da Seapa, Gilson Sales, atribui o sucesso do queijo mineiro à legislação estadual avançada, assistência técnica no campo, pesquisa e certificação, além de outras iniciativas governamentais.

“Todo esse processo foi fundamental para valorização do produto dentro do estado e para abertura de novos mercados. Hoje são 12 produtores que vendem para outros estados”, observa Sales, que aposta em crescimento. O superintendente tem formação em Medicina Veterinária e mestrado em Ciência Animal, com ênfase no Queijo Minas Artesanal, pela UFMG. Para que o queijo mineiro chegasse a mercados como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e estados do Sul, os produtores aderiram ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), equivalente ao Serviço de Inspeção Federal (SIF).

“O principal papel da Emater é a assistência técnica, por meio de orientação e acompanhamento, desde as boas práticas agropecuárias, que compreendem os cuidados com o rebanho, bem como a higiene na ordenha, na fabricação e na finalização do queijo. O produto ganhou mais qualidade, razão pela qual vem sendo reconhecido no estado e fora dele”, explica a coordenadora.
Noticia10/ascom

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