MG: Fiscalização estadual investiga desmatamentos ilegais nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Cerca de R$ 3 milhões em multas foram aplicadas pelos técnicos do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) durante a Operação Especial de Fiscalização Macaco Muriqui 3, realizada no Nordeste do Estado. No total, foram embargados 550 hectares de áreas do bioma Mata Atlântica desmatadas ilegalmente.
A ação foi realizada, entre os dias 23 e 27 de março, em oito municípios da região: Ponto dos Volantes, Joaíma, Ladainha, Monte Formoso, Novo Cruzeiro, Teófilo Otoni, Itaipé e Jequitinhonha. Segundo os dados do Sisema, Ladainha, Itaipé e Novo Cruzeiro são os três municípios do Estado onde mais se encontram desmatamentos. Na região estão localizadas duas unidades de conservação estaduais, a Área de Proteção Ambiental (APA) Alto Mucuri e a Área de Proteção Especial (APE) Todos os Santos.
O coordenador da operação e diretor de Fiscalização dos Recursos Florestais e Biodiversidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Bruno Zuffo Janducci, explica que os pontos fiscalizados foram pré-determinados pela vigilância por satélite realizada pelo Sisema. “Houve supressão de mata nos locais e os fiscais verificaram se foi autorizada ou não, quais os estágios e tipo de vegetação”, afirma.
Bruno Zuffo explica que também foram investigadas áreas apontadas pela organização não governamental SOS Mata Atlântica como local de desmatamento, além de denúncias feitas por cidadãos. “Uma aeronave participou do trabalho, permitindo a identificação de outras áreas desmatadas, além de pessoas e veículos suspeitos”, conta.
“Um artifício observado na região é o uso do fogo para mascarar a supressão da vegetação, com os infratores queimando as áreas que foram desmatadas anteriormente”, diz Bruno Zuffo. “É importante observar que a Mata Atlântica é um bioma protegido por Lei e que somente áreas cujo estágio de regeneração é inicial são autorizadas para corte de vegetação”, completa.
A Operação Macaco Muriqui 3 teve a participação de 60 pessoas entre fiscais do Sisema e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de policiais civis que colocaram à disposição duas delegacias móveis e integrantes da 15ª Companhia da Polícia Militar de Meio Ambiente.
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