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Espírito Santo - 29 de julho de 2017

Linhares: Nova praga ataca lavouras de cacau

Produtores de cacau de Linhares, no Norte do Espírito Santo, reclamam de uma nova praga que tem afetado os frutos nas plantações. É a broca, uma larva de mariposa que invade a parte interna do cacau, se alimenta da placenta, impede a nutrição do fruto e atrapalha o desenvolvimento das amêndoas.

De acordo com o agrônomo e coordenador da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Carlos Alberto Spaggiari, a broca não era conhecida no Brasil e apareceu pela primeira vez no país em 2012, em Linhares. “Essa praga era descrita em países como Colômbia e Costa Rica. Apareceu em fazendas de Linhares em 2012 e foi descrita no ano seguinte”, explicou.

Além disso, Spaggiari explicou que é difícil identificar que o cacau foi infestado pela broca só de olhar por fora, porque ela ataca a parte interna do fruto. “É uma praga ingrata, o produtor só percebe quando abre o cacau. A broca entra no fruto quando ainda é larva, vai comendo a placenta do cacau e solta os excrementos. Quando se torna adulta, eclode a casca e sai. Por esse buraco, entram fungos e o cacau estraga”, detalhou.

Segundo o agrônomo, cerca de 15 a 20 fazendas de cacau de Linhares já foram atacadas pela praga. “Mas ainda não sabemos o ciclo da broca. Não sabemos quanto demora para a mariposa soltar os ovos, quanto tempo demora para esse ovo se tornar lava e por aí vai. Estou fazendo um projeto agora para estudar e isso leva um tempo, pois é uma praga nova. No entanto, o estudo é muito importante, pois 90% do cacau do Estado é produzido em Linhares”, ressaltou Spaggiari.

O agricultor Chico Durão é um dos produtores de cacau que viram suas lavouras atacadas pela broca. Em 2014, fez um levantamento em sua fazenda e foi constatado que 36% dos frutos foram infectados. “Como ainda não conhecemos o ciclo e os hábitos desta praga, não sabemos como combater. Outro problema é que não tem como combater o inseto dentro do cacau. Para este ano, estimo que 10% da minha lavoura será infectada”, afirmou.

Ele explicou que as amêndoas do cacau podem ser aproveitadas quando não são infectadas, mas perde parte da produção quando elas não desenvolvem. “É preciso ficar de olho quando abrimos o fruto, porque se a amêndoa boa for misturada com a ruim, não fermenta e atrapalha a produção do chocolate.”
Noticia10/gazetaonline

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