Jequitinhonha: assentamentos do MST sofrem com os abandonos governamentais.
O Vale do Jequitinhonha possui um estigma profundo, advindo da sua era coronelística com os seus latifúndios improdutivos. O problema é tão sério que vem desencadeando diversas intervenções do movimento sem-terra, o MST. Contudo, o baixo Jequitinhonha já esteve bem mais inflamado. Ainda se tem na memória o frescor da inique chacina de Felisburgo, onde cinco trabalhadores “sem terra” foram mortos. Apesar de uma aparente calmaria, ha muito a ser feito ainda, principalmente aos assentados onde as necessidades do MST não foram atendidas. A situação humana do assentamento Franco Duarte é precária e preocupante.
Agentes de saúde vão lá apenas uma vez por mês, as consultas acontecem em São Pedro do Jequitinhonha, uma vez por semana, o que torna os atendimentos emergenciais muito difíceis. O abastecimento de água por caminhões pipa é irregular e de pouca qualidade (vide relatos de água suja, com insetos e “cabeças de prego“). O semiárido brasileiro clama por políticas públicas, e os seus assentados clamam por transporte, atendimento médico e abastecimento de água. Cidona (ícone no movimento sem-terra de Jequitinhonha) relata as dificuldades da estiagem, “Há quatro anos plantávamos e até vendíamos, agora mal dá para comer” lamenta a líder de movimento.
O Incra os tem deixado no esquecimento, as poucas obras estão paradas (o assentamento Franco Duarte tem 12 anos) e muita coisa vem sendo tida como normal, é normal passar fome; é normal beber água suja; é normal ser tratado como estorvo; pode ser normal para os intelectuais de mesa, mas não para Cidona que com o brilho nos olhos e uma força de vontade agigantada dos outros membros do movimento mostra que a esperança ainda vive, cabe ao estado torna-la pragmática (no bom sentido). Os assentados estão à mercê da própria sorte, a espera de ações concretas dos governos, que tanto faz publicidade com essa região que tanto sofre.
Por Lopes Fernandes, João Pedro, “meninos do bem”
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