Injeção testada no Brasil pode impedir a transmissão do vírus causador da Aids
Tomar uma injeção de um medicamento antirretroviral a cada dois meses é uma forma eficaz de impedir o contágio por HIV? Pesquisadores brasileiros investigam esta possibilidade com cientistas de outros seis países e esperam ter uma resposta em até dois anos.
O estudo realizado pela HIV Prevention Trials Network, uma organização internacional científica com sede nos Estados Unidos, avalia se esse tipo de profilaxia pré-exposição (PrEP) funciona tão bem quanto o outro método disponível atualmente.
Na chamada PrEP oral, a pessoa toma um comprimido com drogas antirretrovirais. Se o tratamento for feito corretamente, sua eficácia para prevenir a transmissão do vírus causador da Aids pode chegar a 99%. Então, porque seria necessária uma PrEP injetável se já existe outra versão com excelentes resultados?
“O paciente precisa ter organização para tomar um comprimido diário. Então, precisamos de alternativas para quem não consegue fazer uso crônico de uma medicação e está vulnerável ao HIV”, diz Beatriz Grinsztejn, chefe do laboratório de pesquisa clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz) e responsável pela direção global da pesquisa junto com o pesquisador Raphael Landovitz, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Enquanto a PrEP oral usa uma combinação de duas drogas – fumarato de tenofovir desoproxila e emtricitabina -, a versão injetável é feita a partir de outra substância, cabotegravir. Ambos os medicamentos impedem a multiplicação do HIV ao se ligarem a enzimas essenciais ao processo de replicação do vírus, mas atuam em etapas diferentes do ciclo.
Iniciado no fim de 2016, o estudo HPTN 083 testará a PrEP injetável com 4,5 mil homens gays e bissexuais e mulheres trans, em 43 centros no Brasil, Estados Unidos, Argentina, Peru, África do Sul, Tailândia e Vietnã. Ao menos 500 brasileiros já participam – e o recrutamento de voluntários ainda está acontecendo. “No fim, vamos comparar o número de infecções por HIV entre os dois grupos para entender se a PrEP injetável funciona tão bem quanto a oral”, explica Grinsztejn.
noticia10/bbc
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