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Economia - 24 de fevereiro de 2020

Futebol do Nordeste equilibram as contas e o jogo contra os times mais ricos do Brasil.


Fortaleza e Bahia foram os dois melhores times nordestinos no campeonato brasileiro de 2019. Ambos se classificaram para a Copa Sul-Americana e terminaram à frente de Vasco, Atlético Mineiro, Fluminense, Botafogo e Cruzeiro. A inversão da hierarquia tradicional do futebol nacional continua na nova temporada: enquanto os ditos maiores clubes precisam economizar e vender atletas para equilibrar as contas, os nordestinos convencem jogadores a contrariarem o êxodo mais comum com novas estruturas e patamares financeiros. A realidade é consequência do planejamento de Fortaleza, Bahia e Ceará (o outro nordestino que permaneceu na elite, embora tenha ficado em 16º lugar) que, mesmo com faturamentos menores, estão acabando com a fama intocável das consideradas grandes equipes do Brasil.

Entre os elogiados planejamentos, o com maior faturamento é o do Bahia. A gestão do presidente Guilherme Bellintani prevê uma receita de 179 milhões para a temporada de 2020, com uma folha salarial de aproximadamente 3,5 milhões mensais. Somando os gastos com o departamento de futebol, dívidas e custos administrativos, as despesas devem chegar nos mesmos 179 milhões e, por isso, o Bahia não prevê superávit em 2020 —o que, segundo Ferreira, não deixa de ser elogiável. “A gestão do Guilherme [Bellintani] já é excelente por não causar prejuízo”, diz. Bellintani completa: “Dobramos o faturamento em dois anos, mas o grande endividamento deixado pelas gestões anteriores é o que ainda freia esse superávit”.

A dupla cearense não fatura tanto quanto o Bahia, mas se destaca por outros motivos. O Fortaleza teve sucesso esportivo guiado pelo treinador Rogério Ceni: foi o melhor nordestino do campeonato brasileiro e campeão da Copa do Nordeste. Prestes a disputar sua primeira competição internacional, a Sul-Americana, a instituição deve arrecadar 109 milhões de reais em 2020 —o maior orçamento de sua história, que possibilitou o clube comprar o jovem meia David do Cruzeiro em janeiro. O Ceará lutou contra o rebaixamento até o fim do Brasileirão 2019, mas colheu frutos financeiros pela austeridade: a gestão prevê um faturamento de mais de 100 milhões e um superávit de quase oito milhões de reais na temporada, o maior do Nordeste.

“O trio nordestino é um exemplo da nova geração de dirigentes que se preocupa com a gestão”, confirma Fernando Ferreira. Bellintani também elogia os adversários e afirma que a diferença seria ainda maior com receitas de TV mais equilibradas. Enquanto o Botafogo, 15º colocado no Brasileirão, espera ganhar algo em torno de 100 milhões de reais com os jogos transmitidos pela Rede Globo e afiliados em 2020, o Fortaleza, que ficou em nono lugar, prevê pouco mais de 40 milhões como verba de TV. A discrepância segue a regra da emissora: privilegiam transmissões do Botafogo pelo tamanho da torcida, e consequentemente, a equipe acaba recebendo mais por isso.
noticia10/elpais

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