Fantasma da crise hídrica volta a rondar São Paulo em ano eleitoral
Nadir Lúcia de Souza Albino, 69, está acostumada a não ter água na torneira. Moradora do Parque Arariba, em Campo Limpo, zona sul de São Paulo, ela lida há ao menos três meses com o que a Sabesp chama de “redução da pressão nas tubulações” durante a noite. Na prática, a dona de casa fica com as torneira secas durante parte do dia. A medida, adotada pela empresa de abastecimento durante a crise hídrica de 2014, chegou a ser batizada pelos paulistanos de rodízio informal. Mas a família Albino não é a única a enfrentar este problema. Segundo o site da própria Sabesp, todos os distritos da capital têm bairros que ficam parcialmente sem água, geralmente das 23h às 5h. De Perus, no extremo norte, a Parelheiros, último bairro da zona sul, a sombra do desabastecimento volta a rondar São Paulo em pleno ano eleitoral.
Em 29 de julho, o sistema Cantareira, o maior de São Paulo e responsável por abastecer mais de 8 milhões de pessoas, entrou em estado de alerta ao atingir 39,9% de sua capacidade. Atualmente, a situação piorou ainda mais, e o reservatório conta com 34,5% do total. O volume de água armazenada continua caindo diariamente, entre 0,1% e 0,2% ao dia. O assunto, no entanto, está longe de dominar a pauta do dia das eleições em São Paulo. No debate dos candidatos realizado pela RedeTV!, houve apenas uma pergunta sobre o assunto. “O que pretende fazer para evitar a possibilidade de uma crise hídrica?”, perguntou um internauta. Coube a Rodrigo Tavares (PRTB) —que se tornou meme após ter um branco na hora de responder —dizer que “a crise hídrica realmente está de volta”.
Os quatro candidatos ao Governo mais bem posicionados nas pesquisas, João Doria (PSDB), Paulo Skaf (MDB), Márcio França (PSB) e Luiz Marinho (PT) abordam em seus programas de Governo a questão da segurança hídrica, sem entrar em muitos detalhes sobre como garanti-la. Já no plano do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que estava à frente do Palácio dos Bandeirantes durante a grave crise hídrica pela qual passou o Estado, em 2015, não consta nenhuma linha sobre o assunto. O tucano chegou a afirmar em julho deste ano que São Paulo superou a crise hídrica “sem racionamento”. Em 2015, no entanto, o governador admitiu que o Estado passava por um processo de racionamento: “O racionamento já existe quando a Agência Nacional de Água determina. Existe, existe, quando a ANA diz que você tem de reduzir [o consumo] no Cantareira, é óbvio quer você já esta em restrição, não tem que ter decreto. Está mais que explicitado”.
Contradições à parte, é incerto se uma nova crise hídrica em São Paulo poderia respingar em Alckmin, cuja campanha para a Presidência ainda não decolou. Mas o mais provável é que sim, como ocorreu durante a crise hídrica de 2015. Sua aprovação, que desde 2011 não caia abaixo de 40%, chegou a 28% ao final de 2015, seu menor índice. A falta de água era, naquela ocasião, o problema mais citado pela população. O tucano conseguiu, posteriormente, recuperar parte de sua popularidade, nos três anos finais de gestão, mas ficou longe de seu melhor índice de aprovação (52%, em junho de 2013).
Noticia10/elpais
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