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Tecnologia - 26 de dezembro de 2013

Falta de linhas de transmissão atrasa operação de 34% dos parques eólicos

 

A energia eólica no Brasil tem hoje a capacidade de geração de 3,4 Gigawatts (GW) distribuída em 140 parques, mas 48 deles, mesmo prontos, não podem operar por falta da conexão entre a usina e a rede elétrica. As usinas paradas, localizadas nos Estados da Bahia e Rio Grande do Norte, deixam de gerar 1,2 GW, pouco mais de um terço da capacidade total. Em operação, esses parques poderiam iluminar 2 milhões de casas, diz a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).

No último leilão, na semana passada, foram contratados 2,3 GW de energia eólica, elevando para 4,7 GW o volume negociado em 2013. Hoje o Brasil apresenta uma matriz elétrica com 123 GW instalados, composta por 69% de hidrelétricas, 27% de termelétricas, 2% de eólicas e 1,6% de nucleares, segundo a Abeeólica.

A previsão é de que 21 dos parques no RN comecem a funcionar até maio de 2014, junto com os 17 parques localizados na Bahia. Os 10 restantes só estarão conectados a rede elétrica em 2015. Em 28 dos casos, a previsão de entrada em operação era 2012. Em 20, era setembro de 2013. Os dados são da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica ) e da Abeeólica.

De acordo com o relatório de novembro da Aneel sobre o estágio das obras dos parques, 28 das usinas que hoje estão paradas tiveram sua construção concluída em 2012, quando foi realizada a colocação das torres. No caso dos parques cuja conexão à rede elétrica está prevista para 2015, a colocação das torres teve início neste ano.

A única divergência entre os dados da Abeeólica com os apresentados pela Aneel está relacionada a entrada em operação das Usinas Asa Branca. A entidade prevê início ainda em 2014, enquanto a agência apenas em 2015. Toda rede de transmissão na região nordeste é de responsabilidade da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Procurada, a estatal não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.

Na visão da presidente executiva da Associação, Elbia Melo, a Chesf não pode ser inteiramente responsabilizada pelo atraso. “Licenças ambientais, liberações do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], além da complexidade de engenharia para construir as linhas estão entre as causas do atraso. Estamos em um momento de aprendizado pelos quais também passam México, China e Inglaterra, agora na instalação de turbinas off-shore (no mar).”

Para evitar problemas como este, que não prejudicaram as usinas hidrelétricas, o Ministério de Minas e Energia publicou portaria em julho que prevê a responsabilização do administrador do parque eólico pelo atraso na geração de energia e pagamento de multa com o objetivo de evitar “o descompasso entre a geração e transmissão de energia elétrica”. A determinação foi válida para o leilão realizado em 18 de novembro, mas a portaria foi extinta no dia seguinte (19). A Empresa de Pesquisa Energética prevê o investimento de R$ 17,9 bilhões em projetos de expansão de energia elétrica para o período de 2013 a 2018. Caso seja aprovado, os projetos devem ser licitados em 2014.

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