Facções do NE usam matança e atentados para manter redutos e desafiar PCC
As facções criminosas nordestinas atuam sem grande organização, caixa ou capilaridade. Como estratégia na guerra pelo controle do crime organizado em comunidades e presídios da região passaram, então, a adotar a violência extrema.
Nos últimos anos, estados como Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe viram suas taxas de assassinatos dispararem, ao mesmo tempo em que grupos locais passaram a atuar contra o que funcionava como um monopólio do PCC (Primeiro Comando da Capital). A tática é usar terrorismo e mortes sangrentas como estratégia na disputa pelas áreas.
Segundo o mais recente Atlas da Violência, com dados de 2017, Rio Grande do Norte (com taxa de 62,8 assassinatos para 100 mil habitantes), Ceará (taxa de 60,2) e Sergipe (57,4) ocuparam três das quatro primeiras colocações no ranking de taxa de assassinatos do país –o Acre fecha o top 4.
Entre 2012 e 2017, os três estados tiveram alta nas taxas de mortes violentas de 80,4%, 34,9% e 37,8%, respectivamente. Todos tiveram taxas de homicídio mais graves do que o país mais violento do mundo: Honduras, que figura com 55,5 homicídios por 100 mil habitantes.
O primeiro grande episódio de barbárie das facções nordestinas ocorreu no Maranhão, em 2014, quando dois grupos locais em guerra (Bonde dos 40 e Primeiro Comando do Maranhão) assassinaram presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Imagens de detentos sendo degolados ganharam o mundo e foram comparadas com atuação do grupo Estado Islâmico.
Grupos menores foram então se formando em muitos estados. Uma série de mortes –algumas com requintes de crueldade– ocorreram dentro de comunidades controladas. A história de fundação é similar: contra as ordens de líderes do PCC e o envio de recursos obtidos pelo crime para São Paulo.
“Esses grupos menores usam a violência extrema, matam, cortam pessoas e invadem áreas. Não há dúvidas de que são mais violentos”, diz o coronel Maurício Iunes, ex-comandante da Polícia Militar de Sergipe e pós-graduado em gestão de segurança pública. “O PCC sabe que, agindo com violência, vai levar polícia àquela localidade. Então evita isso”.
noticia10/mapaviolencia
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