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Política - 14 de abril de 2015

ES: Turbulência e crise marcam os 100 dias de Hartung no governo

 

Um período turbulento, com corte de gastos, crise econômica, recorrentes contestações do antecessor e uma enxurrada de críticas quanto à principal bandeira de campanha, o Escola Viva. Assim resumem-se os primeiros cem dias da gestão do governador Paulo Hartung (PMDB), completados hoje.

Em seu terceiro mandato à frente do Palácio Anchieta – Hartung governou o Estado de 2003 a 2010 –, o peemedebista reforçou os ditames da campanha eleitoral de 2014. Já nos discursos de posse, no dia 1º de janeiro, ele destacou prioridade “absoluta” para a educação. O programa Escola Viva, de ensino em tempo integral com nova grade curricular, para “fazer brilhar o olho do aluno” foi mencionado. O governador, na ocasião, não deixou de alfinetar seu adversário, já derrotado nas urnas, Renato Casagrande (PSB), que, para Hartung, “tirou o Estado do rumo certo”.

De lá para cá, não foram poucas as alfinetadas contra administração anterior. Uma guerra de números foi travada entre ex-integrantes da gestão socialista e aliados do peemedebista. Se os números, como a quantidade de dinheiro herdada no caixa, causaram polêmica, um percentual também veio à baila.

O primeiro ato do governador, no dia 2 de janeiro, foi assinar decretos de contenção de gastos. O objetivo é reduzir em 20% as despesas com custeio e pessoal em 2015 em comparação com 2014. A ideia era restringir a tesoura a gastos corriqueiros da máquina, como eletricidade, água e telefonia, e à folha de pagamento de comissionados.

Ocupação social

Ainda na área da segurança, o programa Ocupação Social, de ações preventivas em áreas de risco, bandeira de campanha, foi mantido como prioridade no planejamento estratégico do governo, mas deve mudar de nome. Foi justamente na educação que o governo sofreu seu maior revés nestes cem dias.

O projeto do programa Escola Viva foi entregue à Assembleia Legislativa no dia 4 de março. Foi o primeiro passo concreto do governo. O envio da proposta ainda demarcava o compromisso do governador com a promessa de campanha. Mas professores e alunos questionaram a falta de diálogo do governo para a implantação da proposta. O regime de urgência sob o qual o projeto tramitaria foi retirado.

Na saúde, a crise foi com os hospitais filantrópicos, que reclamaram da falta de repasse de recursos por parte do governo. O problema foi creditado à gestão passada, que rebateu. Já o Hospital Geral de Cariacica foi garantido.

O planejamento estratégico 2015-2018, realizado no final de março, riscou do mapa de perspectivas os projetos da Quarta Ponte, entre Cariacica e Vitória, e a ampliação da Terceira Ponte, entre Vitória e Vila Velha. Os corredores exclusivos para ônibus, por sua vez, são prioritários.

Fatos do início do governo Hartung

Posse

Nos discursos de posse, em 1º de janeiro, o governador Paulo Hartung (PMDB) declarou prioridade “absoluta” para a educação e falou em “gestão compartilhada e participativa”. Também afirmou que vai priorizar “os mais empobrecidos das terras capixabas”. Ele destacou, sem citar nomes, que o governo anterior, de Renato Casagrande (PSB), “tirou o Estado do rumo certo”.

Cortes

Com o objetivo de reorganizar as contas do Estado e ainda em meio à situação econômica desfavorável no cenário nacional, o governador assinou quatro decretos já no dia 2 de janeiro. Eles foram publicados no dia 5 e determinaram, entre outras coisas, o corte de 20% nas despesas de custeio e pessoal em 2015 em relação a 2014 e a suspensão de gastos com patrocínios.

Orçamento

Ainda em janeiro, a gestão Hartung refez o Orçamento 2015. O que foi elaborado por Casagrande foi taxado de “peça de ficção”. O novo Orçamento teve redução global de 7,8%.

Caixa

A administração Hartung informou que encontrou a poupança do Estado “exaurida” e um déficit de R$ 27 milhões. Casagrande disse que deixou R$ 700 milhões em caixa em recursos livres para o sucessor.

Empenhos

A guerra de números continuou. O atual governo afirmou ter encontrado R$ 296 milhões em despesas realizadas sem cobertura orçamentária – a falta de empenhos – o que foi refutado por ex-integrantes da gestão socialista.

Combustível

Em fevereiro veio a público que os cortes determinados pelo governo atingiram o combustível das viaturas da Polícia Militar. O secretário de Segurança, André Garcia, disse que não ordenou essa economia especificamente.

Hospitais

Os hospitais filantrópicos ficaram sem repasses do governo, o que foi creditado à gestão passada que, por sua vez, disse que o problema surgiu por parte do governo federal.

Obras

O governo fez o planejamento 2015-2018 em março e definiu corredores exclusivos para ônibus e reformas de escolas, entre outros, como prioridades. Os projetos da Quarta Ponte, túnel entre Vitória e Vila Velha e a ampliação da Terceira Ponte ficaram de fora.

gazeta/noticia10

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