ES: Criada primeira associação de cannabis medicinal no Espírito Santo
Unindo profissionais de diversas áreas, incluindo corpo médico e jurídico, além de pacientes e seus familiares, foi criada no Espírito Santo a Associação de Cannabis Medicinal Capixaba (ACAMC), com objetivo de promover o uso terapêutico de cannabis de forma acessível, promover informações e acolhimento, e realizar pesquisas, cursos e orientação médica e jurídica sobre o tema. É a primeira associação do tipo registrada no Espírito Santo e em breve deve abrir inscrições para novos associados.
A entidade dá início às suas atividades com a realização de um seminário com diversas palestras informativas sobre o tema. A primeira delas será nesta quinta-feira (19), às 20h, com transmissão pelo YouTube da Acamc. O tema será “Cannabis, saúde e a experiência com prescrição no Espírito Santo”, com participação do médico clínico Fábio Rocha, da neuropediatra Rafaella Coppo, do paciente Tales da Silva Loss e da enfermeira Mirian Coelho, que participa junto com seu filho Guilherme Coelho, que também é paciente de tratamento com cannabis.
“A ACAMC acredita que cada pessoa tem o direito de escolher o tratamento de saúde que considera mais adequado para o seu bem-estar e compreende que as políticas proibicionistas são um entrave no que diz respeito ao uso terapêutico da Cannabis”, diz a nota de lançamento da associação. A entidade lembra que essa luta já ocorre no Brasil por meio de outras associações e que é necessário modificar a legislação do país para regulamentar o plantio associativo e o autocultivo para fins medicinais, além de promover o incentivo à pesquisa para desenvolvimento de produtos e tratamentos médicos e veterinários à base de cannabis.
Doenças como epilepsia, autismo, Mal de Parkinson, dores crônicas e outras podem ser aliviadas por meio do uso médico da planta. Porém, além do preconceito e desconhecimento sobre as propriedades medicinais da erva, o acesso ainda é difícil, de forma que a associação buscará divulgar e dar orientação a interessados no tratamento, especialmente para famílias de baixa renda.
“A nossa defesa é o uso do óleo da planta inteira, não apenas o canabidiol isolado, como muito se preconiza, por esse componente sozinho não ser capaz de produzir o efeito comitiva ou entourage, que é o ideal para a ação terapêutica. Além disso, o canabidiol isolado não apresenta os principais componentes que são anti-inflamatórios”, diz a médica veterinária Emanuelle Oliveira, uma das integrantes da associação.
O Ciclo de Debates continua no dia 24 de novembro com o tema “Aspectos sociais e políticos da Cannabis na atualidade brasileira: criminalização x legalização”, tendo como convidados o cientista social, professor universitário e pesquisador Pablo Ornelas e a cientista social e assessora parlamentar Monique Padro, uma das responsáveis pela primeira lei sobre a Cannabis.
No dia 2 de dezembro, o tema do debate será “A atualidade jurídica sobre a cannabis e a questão do habeas corpus para autocultivo e tratamento de saúde”. Outras questões ainda serão abordadas como parte do Ciclo de Debates, com temas e datas informadas por meio da página da Acamc no Instagram.
Noticia10/acamc
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