ES: como o Norte do Estado virou de promessa polo da produção de etanol a um lastro de pobreza.
O Banco do Estado do Espírito Santo – BANESTES, em 2007, emprestou R$ 57 milhões aos aventureiros do etanol donos do Grupo Infinity Bio-Energy, para instalar e adquirir três usinas alcooleiras, no Norte do Estado do Espírito Santo, no Brasil. Os aventureiros tinham como líderes o ex-governador da Flórida – EUA, Jeb Bush (irmão do ex-presidente dos EUA, George W.Bush) e Roberto Rodrigues. O Grupo faliu em 2008, não pagou ninguém, muito menos o Banestes, e anunciou que entrou com processo de recuperação judicial na Justiça de São Paulo, uma vez que a do Espírito Santo se negou abrir o processo.
O grupo foi criado no Brasil, após um encontro dos ex-presidentes do EUA e Brasil, no dia 7 de março de 2007, em São Paulo, Brasil. Na pauta do encontro entre Lula e Bush estava o aprofundamento da cooperação bilateral na área de biocombustíveis. No encontro foi assinado o memorando de entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos para avançar a cooperação em biocombustíveis. Dois dias depois (9.3.2007) o executivo Sérgio Thompson-Flores, responsável pelo grupo no país, foi recebido pelo governador Paulo Hartung, na residência oficial do governo, na praia da Costa, em Vila Velha, no Estado do Espírito Santo, no Brasil, onde foram assinadas as cooperações entre o Estado e os aventureiros.
Flores declarou na ocasião: “Aqui encontramos vantagens competitivas e um Governo local com seriedade e competência, que possibilita a concretização desse empreendimento, com responsabilidade social e ambiental”. Por sua vez Hartung disse: “queremos criar uma base econômica que vá além da indústria do petróleo e do gás natural”.
A previsão era de que a produção de açúcar e álcool no Espírito Santo iria dobrar nos anos seguinte, consolidando a Região Norte como Pólo Sucroalcooleiro do Estado. Naquele dia foram anunciados novos investimentos para o setor e foi formalizado o acordo de joint-venture entre a Infinity Bio-Energy e a alcooleira capixaba Disa, o que possibilitaria a criação de um complexo industrial com capacidade de moagem de 3,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Os investimentos da ordem de R$ 350 milhões neste novo complexo agroindustrial iriam possibilitar a geração de 17 mil empregos nos três anos seguintes.
A promessa dos aventureiros em todo o projeto era um investimento de R$ 893 milhões nas usinas de cana do Estado, o que daria uma geração de 10 mil empregos no Norte capixaba. Como o projeto faliu, hoje, o extremo norte do Estado está na maior pobreza, enfrentando a pior crise de sua história. O grupo Infinity está em processo de recuperação judicial e acumula dívidas com milhares de produtores rurais e fornecedores do Espírito Santo.
Noticia10/ Paulo Cesar Dutra
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