Erradicação do HIV? Muita calma nessa hora
Nos últimos dias, muitas notícias foram divulgadas com manchetes sugerindo que “a cura do HIV está próxima”. Cuidado! Esses títulos chamam nossa atenção na hora – o que é, claro, o que uma boa manchete deve fazer -, mas falar de uma descoberta revolucionária é bastante prematuro. Testes clínicos feitos durante tratamento, chamado River (sigla em inglês para Research in Viral Erradication of HIV Reservoirs), mostraram que aparentemente não há mais sinais do vírus no sangue do paciente.
Isso pode soar incrível, a não ser que você saiba que o tratamento com antirretrovirais, ao qual o paciente estava sendo submetido, já reduz o HIV a níveis indetectáveis. Os próprios responsáveis pelo River divulgaram uma nota repudiando manchetes que indicavam que o estudo estava próximo de encontrar a cura:
“Não ter sinais do HIV no sangue não significa que os pacientes foram curados, como alguns textos sugerem (…) Esperamos ansiosos os resultados finais desse estudo inédito, mas até lá é preciso enfatizar que não podemos afirmar que um paciente tenha respondido ao tratamento ou tenha sido curado.”
A responsável pela pesquisa, a professora de Medicina do Imperial College London e especialista em HIV, dá detalhes: “Todos que participaram do estudo estavam tomando antirretrovirais e, por isso, têm uma carga viral indetectável, que mostra o grande sucesso deste tratamento.” De fato, a medicação para HIV vem fazendo a doença passar de uma sentença de morte para uma condição crônica, mas administrável – e isso é extraordinário.
Noticia10/bbc
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