Ejaculação feminina existe? Significa orgasmos intensos? Toda mulher pode?
Com um discurso libertário, um grupo de feministas vem ensinando a mulheres o caminho para o que pode – ou não – ser o auge de uma transa. Mais importante que o ato em si, as terapeutas advogam, é o processo empoderador que a busca pelo feito permite. Marie Claire investigou o que tem levado interessadas para esses cursos e o (pouco) que a ciência sabe a esse respeito. Psicanalistas com formação em Tantra (a filosofia indiana que inclui olhar para a sexualidade em busca de uma integração de corpo e mente) apresentam técnicas para chegar lá. Durante imersões, que duram um dia ou até um final de semana inteiro, as demonstrações são in loco, no corpo de uma aluna voluntária ou da própria professora.
“Infelizmente, o grande interesse das mulheres que chegam a mim querendo ejacular é fazer malabarismo erótico para o parceiro”, conta a psicanalista Mariana Stock, idealizadora do curso Empoderamento do Prazer para Mulheres, criado este ano. “É meio parecido com a busca pelo pompoarismo, que vende a ideia de que a vagina fica apertadinha como a de uma virgem para enlouquecer o homem. Com a ejaculação elas também pretendem impressionar.” Nesse objetivo de “agradar o parceiro”, a pornografia dá sua contribuição. Cenas de atrizes tendo gozos ejaculatórios são populares entre a audiência masculina. Na plataforma on-line Pornhub, o “YouTube do pornô”, o termo “squirt” (esguicho) está entre os mais buscados, em filmes que chegam a ter mais de 10 milhões de visualizações.
Coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo afirma que “ejaculação feminina” é um tema controverso entre a comunidade médica, que se divide em acreditar no fenômeno e invalidá-lo completamente. “Precisamos estudar mais a anatomia do prazer feminino para termos uma verdade universal sobre mulheres ejaculando. Enquanto isso não acontece, contamos com a experiência dos consultórios, que mostra, sim, pacientes chegando lá.”
Uma das poucas informações com respaldo científico que se tem sobre o tema é a de que há enzima PDE5 – a mesma associada à ejaculação masculina – no genital feminino. Segundo um estudo feito na Itália, na Universidade de Aquila, essa substância está concentrada nas glândulas de skene, situadas na entrada do canal vaginal, bem próximo à uretra. Desde a descoberta, de 2002, esse par de glândulas passou a ser chamado de “próstata feminina” e seria o agente ligado à nossa capacidade de ejacular, quando estimulado. O que não muda o fato do squirt ser visto pela comunidade médica como um fenômeno raro.
Noticai10/marrieclair
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