Djavan relança 18 discos e afirma: “gosto de saber que sou incompreensível”
É uma questão de sorte (e um mistério maior do que suas próprias letras) o fato de Djavan ser um artista popular. “Acho que é um milagre eu não ter uma música exatamente popular e ainda assim ter conseguido me transformar em um artista popular, tocar nas rádios e bares, como os artistas sertanejos”, revela.
Com a fama de compositor hermético, de versos como “Açaí, guardiã / Zum de besouro um ímã / Branca é a tez da manhã”, de “Açaí”, ele ri do paradoxo: “Eu até gosto de saber que não sou compreensível para todo o mundo. Agora temos aí 236 letras para quem quiser se debruçar e fazer a própria análise”.
O cantor e compositor de 65 anos faz uma análise própria dos quase 40 anos de carreira ao relançar seus 18 discos (com exceção do último, “Rua dos Amores”, de 2012) na caixa “Obra Completa de 1976 a 2010”. “Eu pude mergulhar e reviver todas as sensações de cada período da minha vida. Foi um trabalho que mexeu muito comigo.”
A diversidade está presente na música do alagoano do primeiro disco, “A Voz, o Violão, a Música de Djavan” (1976) –trabalho que o desagradou na época–, ao último álbum autoral revisitado, “Matizes” (2007), que é relançado com nova mixagem.
Além de dar ao público oportunidade de ouvir grandes parcerias que Djavan coleciona na vida, como George Duke, Paco de Lucía e Stevie Wonder, a caixa ainda revela, em um longo texto assinado pelo próprio cantor, suas experiências com cada álbum.
Entre elas, o incômodo com o estrondoso sucesso do álbum “Djavan ao Vivo”, de 1999, que vendeu quase 2 milhões de cópias. A gravadora, feliz com a galinha dos ovos de ouro, pediu a Djavan um disco popular. Ele cortou a expectativa pela raiz.
Em processo de composição para um novo álbum, ele comemora, com simplicidade, o retorno da inspiração: “Não posso me dar ao luxo de perder a inspiração. Tenho que achar uma maneira de sobreviver”.
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