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Mulher - 2 de novembro de 2014

Desodorante para a região íntima disfarça odores, mas é seguro?

 

A preocupação com o cheiro da vagina é comum entre as mulheres, o que leva muitas a buscar técnicas para combater o “problema“. Porém, devido à falta de informação, a solução encontrada acaba muitas vezes sendo ineficaz e até perigosa, como é o caso do uso do desodorante íntimo.

A ginecologista Bárbara Murayama, coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, explica que a região genital possui um odor característico, que é normal, não incômodo e geralmente imperceptível para outras pessoas – a menos que algo esteja errado com a saúde íntima. Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), infecções e mesmo higiene inadequada podem provocar o cheiro mais acentuado e desagradável.

Na tentativa de mascarar o cheiro, mulheres recorrem ao cosmético, que promete inibir o surgimento do odor sem matar as bactérias presentes na flora vaginal, que são importantes para protegê-la. Entretanto, a especialista alerta que as características da região acabam sendo modificadas de qualquer forma e, por isso, a recomendação é não usar esse tipo de produto.

Desodorante íntimo faz mal?

“Se a vagina estiver saudável, ela produz uma série de secreções, incluindo o suor, e todas têm um odor característico, que é um sinal de saúde”, explica. “Ainda que o desodorante seja hipoalergênico e desenvolvido especificamente para esta parte do corpo feminino, ele acaba modificando o ambiente”, afirma

Segundo a ginecologista, isso ocorre porque a vagina tem um ambiente controlado que a protege contra infecções. Ao aplicar qualquer produto que interfira na produção de suor, secreções ou gordura, essas características são modificadas, deixando a região em desequilíbrio e facilitando a proliferação descontrolada de micro-organismos. “Uma vez quebrada a barreira de defesa, se a mulher entrar em contato com algum fungo, bactéria ou mesmo vírus nesse momento, corre maior risco de se contaminar”, alerta.

Ainda de acordo com a especialista, como a pele de região íntima é muito sensível, é ainda possível que a usuária desenvolva alguma irritação, o que, por sua vez, causará coceira, corrimento e piora no odor natural.

“A vagina não precisa disso. Basta higienizá-la corretamente e adotar hábitos que favoreçam a saúde íntima para manter o odor da região genital normalizado e sob controle. É claro que, ao final do dia, o cheiro estará mais perceptível do que pela manhã após sair do banho, mas ainda assim não será suficiente para, por exemplo, incomodar a pessoa ao lado”, garante.

Ao sentir um cheiro mais forte ou diferente na região íntima, procure seu médico para investigar a causa do problema e tratá-lo, o que irá eliminar o incômodo. Não mascare o sintoma com medidas paliativas, como o desodorante íntimo, ducha vaginal, etc., pois, além de não tratarem a condição na raiz, ainda podem agravar o quadro, reduzindo a imunidade e servindo de ponte para doenças muito mais sérias, como o câncer de colo do útero e infertilidade, nos casos mais graves.

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