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Bem Estar - 11 de novembro de 2020

Covid-19 aumenta risco de transtornos mentais em quem já teve doença


Os sintomas posteriores à covid-19 são muitos, sobretudo, os relacionados à saúde física. No entanto, de acordo com um novo estudo, pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus podem ter um risco maior de desenvolver algum tipo de transtorno psiquiátrico, como ansiedade ou depressão. A pesquisa, realizada por especialistas da Universidade de Oxford e publicada nesta segunda-feira (9) no periódico The Lancet Psychiatry, mostrou que nos três meses seguintes à infecção quase um em cada cinco pacientes (18%) recebeu um diagnóstico psiquiátrico.

“Os estudos mostram que há uma chance de 18% de obter um diagnóstico psiquiátrico após covid-19, em comparação com 13% após a gripe”, disse David Curtis, psiquiatra consultor aposentado e professor honorário das universidades College London e Queen Mary, que não estava envolvido na pesquisa, ao SMC (Science Media Centre). “É difícil julgar a importância dessas descobertas. Esses diagnósticos psiquiátricos são feitos com bastante frequência quando as pessoas vão aos médicos, e pode não ser surpreendente que isso aconteça com um pouco mais de frequência em pessoas com covid-19, que compreensivelmente podem ter ficado preocupadas”, disse Curtis.

Os pesquisadores analisaram os dados médicos de 69,8 milhões de pessoas nos Estados Unidos entre 20 de janeiro e 1 de agosto; Os registros incluíram 62.354 pessoas que contraíram covid-19; Para chegar ao resultado, os especialistas compararam os diagnósticos psiquiátricos de pacientes que tiveram covid-19 com os de pessoas que tiveram apenas gripe ou outras infecções, como de pele, cálculos renais e até fraturas ósseas.

O estudo não analisou os motivos que poderiam explicar a ligação entre contrair covid-19 e um diagnóstico psiquiátrico posterior. Segundo Paul Harrison, professor de psiquiatria da Universidade de Oxford e um dos autores do estudo, os transtornos poderiam ocorrer por vários fatores, entre eles efeitos neurológicos ou biológicos direto do vírus, os medicamentos que foram usados para tratar a doença, ou a própria preocupação e ansiedade provocados pelo diagnóstico. Além disso, é possível que a pesquisa não tenha analisado fatores socioeconômicos ou comportamentais, que poderiam contribuir para resultados mais definitivos.

Especialistas também destacam que não é possível chegar a uma conclusão com apenas 90 dias de estudo. “Este estudo não oferece dados de longo prazo —isso deve estar em primeiro lugar em nossas mentes ao interpretar os resultados —, não pode prever resultados psiquiátricos em um ano de acompanhamento e não leva em conta os sintomas físicos preocupantes que podem ser angustiantes”, disse Jo Daniels, professora sênior de psicologia clínica na Universidade de Bath, no Reino Unido, ao SMC.

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