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Mulher - 28 de janeiro de 2015

Corrimento amarelado, marrom, branco ou escuro: o que pode ser? É perigoso?

 

Toda mulher tem uma secreção vaginal natural que varia conforme os dias do mês em função da ação hormonal que controla o ciclo menstrual. Ter corrimento é comum, mas às vezes ele fica mais amarelado, branco ou até marrom. Será que isso é normal? O ginecologista e obstetra Jurandir Passos, do Delboni Medicina Diagnóstica, explica que, normalmente, a mulher apresenta uma secreção esbranquiçada que quando seca na calcinha esfarela ao ser friccionada, saindo como um pó.

Corrimento vaginal: alterações de cor e o que elas querem dizer

Marrom ou escuro

Quando o corrimento estiver marrom, avermelhado ou tipo borra de café fora do período menstrual, provavelmente há presença de sangue. A causa pode estar relacionada a sangramentos vaginais ou do sistema reprodutivo. Acompanhado de dor abdominal, esse tipo de secreção pode estar relacionado a câncer de útero ou endométrio.

Gravidez

Quando não há fecundação, o conteúdo do útero é eliminado pela menstruação.

No início da gravidez a mulher pode notar a presença de secreção vaginal avermelhada ou amarronzada, que pode, inclusive, ser confundida com a menstruação. Esse tipo de corrimento ganha essa tonalidade pela presença de sangue decorrente da implantação do embrião na parede do útero, o que é normal e não deve gerar preocupação. Caso esse corrimento ocorra quando a gestação estiver mais avançada, é necessário consultar um médico.

Menstruação

O corrimento marrom antes da menstruação pode ser causado pelo início da descamação do tecido intrauterino, que ocorre normalmente durante o período menstrual. Já o corrimento marrom depois da menstruação indica a eliminação residual desse tecido. Caso sua secreção vaginal fique amarronzada muito tempo depois da menstruação, verifique com seu ginecologista se não está escorrendo um escape, perda de sangue comum ao começar a tomar uma nova pílula anticoncepcional.

Branco

A doença vaginal que mais frequentemente deixa o corrimento branco é a candidíase, que costuma vir acompanhada de coceira na região íntima. O problema também pode ser causado por uma alergia, por isso, quando aparecer corrimento branco acompanhado de coceira o primeiro passo é notar se você usou algum sabonete diferente e até mesmo se mudou a marca do sabão em pó ou do amaciante. Caso os sintomas persistam, procure um ginecologista.

Gravidez

A gestante geralmente produz mais corrimento devido ao aumento da vascularização na região íntima. Como fica mais abundante, a tendência é que a secreção fique mais esbranquiçada e pastosa.

Amarelado

A tricomoníase é um tipo de infecção vaginal que gera um corrimento amarelo-esverdeado com odor forte, muitas vezes de volume grande que acaba irritando a parte externa (vulva) e causando desconforto e coceira.

Corrimento com cheiro forte

A Gardnerella vaginalis caracteriza-se por um odor forte que deixa o corrimento com cheiro de “peixe estragado”. “Esse odor mais forte é percebido no final das menstruações ou logo após uma relação quando não se está utilizando camisinha”, explica Jurandir Passos. “O sêmen masculino é alcalino e sua alcalinidade é que faz o odor aparecer”.

Corrimento sem cheiro

No período fértil, a secreção muda e muitas mulheres acreditam que estão com corrimento alterado por causa disso. Ela se torna mais incolor e viscosa a ponto de ser possível pegá-la entre dois dedos. Quando esticada, ela forma um filamento que lembra clara de ovo. Essa elasticidade aumenta com a proximidade da ovulação. “Passado esse período, também chamado de período fértil, a secreção volta às características iniciais, porém algumas vezes em quantidade um pouco maior devido à ação hormonal que ocorre depois da ovulação”, explica Jurandir.

Remédios para corrimento

“O tratamento para corrimento pode ser realizado apenas com remédios tomados via oral, vaginal ou ambos”, explica o ginecologista Jurandir. “Dependendo da infecção, o companheiro também terá que ser tratado, se não ele contaminará novamente a mulher, causando o retorno do corrimento”. Podem ser utilizados antibióticos para infecções bacterianas ou fungicidas, nos casos de candidíase. O tratamento pode ser feito com uma única dose do medicamento ou prolongado por sete a dez dias.

Como evitar

Jurandir Passos recomenda algumas boas práticas para prevenir alterações da secreção vaginal:

O uso de protetores diários deixa a região íntima abafada.

– Sempre ter relação com preservativo;

– Mantenha a região genital o mais ventilada possível;

– Ao utilizar o vaso sanitário, a limpeza da região vulvar nunca deve ser feita de trás para frente. O papel higiênico sempre tem que ir da região mais superior da vulva para a região posterior (mais próxima da região anal).

– Os absorventes diários, apesar de darem a sensação de frescor, abafam a região vulvar e podem ser causas de corrimentos crônicos. Se a mulher se sentir úmida, é mais interessante levar mais de uma calcinha na bolsa e trocar ao longo do dia para permanecer com a sensação de estar seca e de limpeza;

– Com relação aos sabonetes íntimos, não há contraindicação. Apenas deve-se salientar que a limpeza é sempre externa e nunca do canal vaginal, o que altera a flora natural e predispõe o aparecimento de corrimentos crônicos, além de facilitar a entrada de bactérias pela alteração da flora natural vaginal.

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