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Mulher - 25 de janeiro de 2017

Calcinha ‘antiestupro’ causa polêmica

A novidade agora é uma calcinha antiestupro, feita para que mulheres tenham mais segurança quando estão sozinhas em festas, correndo no parque, viajando para países diferentes ou em várias outras situações tidas como de risco. A peça foi criada com um material super-resistente, incapaz de ser cortado com faca ou tesoura. As partes da cintura e da coxa foram reforçadas com esse material, sendo que na região frontal há uma espécie de forro feito com o mesmo produto de alta resistência. Romper a barreira ou retirar a peça fica, então, praticamente impossível.
O projeto de um novo produto desenvolvido com a pretensão de impedir estupros levantou, nas últimas semanas, milhares de dólares em doações e gerou polêmica entre feministas nos EUA. Trata-se de uma calcinha. O protótipo da peça, feita de um tecido altamente resistente, cuja trama não pode ser rompida por lâminas e tesouras, inclui uma espécie de cadeado acoplado à cintura. A roupa íntima dispensa chaves, mas só pode ser retirada do corpo pela própria usuária, por meio de um segredo que precisa ser memorizado. Se a dona esquecê-lo, pode ficar em apuros quando precisar ir ao banheiro.
A linha inclui itens de vestuário esportivo e modelos com design que lembra calcinhas comuns. A ideia é dificultar o crime e dar mais tempo para a chegada de socorro. Chamado de AR Wear (as iniciais são para ‘antiestupro’ em inglês), o protótipo foi apresentado no Indiegogo, site que lista negócios empreendedores em busca de financiamento coletivo.
Já levantou mais de US$ 40 mil (R$ 92 mil) e dezenas de críticas de feministas na mídia local.Segundo os idealizadores, os recursos serão investidos em produção e tecnologia. Os primeiros modelos devem ficar prontos em julho. O texto de apresentação do projeto diz que a peça transmite ao estuprador a “mensagem clara de que a mulher não está consentindo”. Mas esse conceito desagradou a feministas, que afirmam que os fundadores da ideia “sugerem que a mulher é parcialmente responsável, por não recusar o ato com clareza”.
“Estupradores sabem o que não é consentido. O homem não é burro a ponto de não entender quando a mulher não quer”, afirmou a feminista Louise Pennington em artigo no “Huffington Post”. A AR Wear responde que não pretende atribuir à mulher a responsabilidade de evitar o crime. “O único responsável pelo estupro é o estuprador. O produto só oferece mais uma ferramenta de defesa.” O item é recomendado em situações como festas, em que a mulher pode se tornar vulnerável por embriaguez, e viagens a países desconhecidos. Evitando emitir sugestões sobre como a vítima deve proceder se o agressor estiver armado, a AR Wear diz estar ciente de que sua ideia não será capaz de atingir uma solução universal para o problema.

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