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Brasil - 1 de janeiro de 2019

Bolsonaro leva a extrema direita a presidência do Brasil.

O Brasil vive uma mudança pendular radical na presidência com a chegada de Jair Messias Bolsonaro, um militar da reserva, que tomou posse no primeiro dia do novo ano. Após 13 anos de governo de centro-esquerda, seguido de dois anos de transição com o presidente Michel Temer depois do impeachment de Dilma Rousseff, o Brasil testa pela primeira vez em sua história democrática um Governo de extrema direita, demonstrando que o pêndulo se moveu com mais força desta vez.

Até então, éramos um país acostumado a viver polos mais amenos na política desde que a democracia foi restaurada em 1985, depois de 21 anos de ditadura militar. Foi assim com a social-democracia de Fernando Henrique Cardoso, que governou entre 1995 e 2002, e a era trabalhista de Lula e Dilma Rousseff (2003 a 2016). Agora, Bolsonaro põe o Brasil na frente do espelho e da guinada direitista que marca a política internacional em alguns países.

Os ecos da recessão econômica que durou até 2017, e as denúncias de corrupção contra o Partido dos Trabalhadores, que governou por 13 anos, abriram espaço para a ascensão do presidente com traços autoritários que elogia os tempos da ditadura militar, ironiza conquistas sociais e se alinha com os líderes dos Estados Unidos, Israel, Itália e Hungria. Bolsonaro foi eleito democraticamente no segundo turno com o voto de quase 58 milhões de brasileiros, em 28 de outubro, derrotando Fernando Haddad, do PT. Nem sua ameaça de cortar direitos trabalhistas, reduzir as defesas ao meio ambiente, limitar investimentos em cultura e colocar o país sob um conservadorismo religioso o detiveram.

Como um encantador de serpentes, Bolsonaro tem agigantado inimigos que muitas vezes são menores do que o que ele apresenta. Os imigrantes, por exemplo, representam 0,4% da população brasileira. Seu discurso, no entanto, procura coincidir com o de outros líderes de extrema direita, e também com o do presidente Donald Trump, que Bolsonaro deliberadamente imita. Os Estados Unidos aplaudem sua disposição, mas estarão representados na posse de Bolsonaro apenas pelo secretário de Estado, Mike Pompeo.

O jogo começa de verdade a partir de agora e, sem um norte claro, Bolsonaro poderá perder força se seu estilo agressivo chegar a complicar a economia e afetar a parte que mais dói às pessoas comuns em qualquer parte do mundo: o bolso. A recuperação econômica é fundamental para que o presidente eleito continue no poder com o apoio inicial. Com o desemprego em 11,6%, o Brasil ainda se recupera de dois anos de recessão, com alta informalidade e expectativa de crescimento do PIB de pouco mais de 1,3% neste ano. O novo Governo tem uma sensível margem de manobra, em um país que congelou os gastos públicos por pelo menos uma década, e por um governo que visa reduzir o tamanho do Estado.
noticia10/elpais

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