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Minas Gerais - 23 de novembro de 2015

Berilo: Roteiro permite vivenciar cotidiano de quilombolas da região.

 

O Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais, é uma das regiões mais pobres e com indicadores sociais mais baixos do país. Ao falar na região, vêm à mente imagens de clima semiárido, poeira, plantas secas, raros animais, pouca comida e quase nenhuma água. Mas, de perto, a realidade é outra. A paisagem na verdade é rica e o clima, favorável para muitas espécies. Seu Hermínio, morador de Berilo, garante: “Aqui dá de tudo que plantar… Mas se estiver chovendo, né?”

A cultura é viva nas comunidades. E as danças e músicas que corriam o risco de desaparecer ganham novo fôlego com o engajamento dos jovens e a perspectiva trazida pelo novo projeto turístico na região: a Rota dos Quilombos (comunidades originalmente formadas por africanos escravizados no Brasil). Inaugurado no mês passado, o projeto tem o objetivo de gerar renda para esses locais. O programa é coordenado pela historiadora Agda Moreira e pela turismóloga Luciana Priscila do Carmo, por meio do Cedefes (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva), ONG que trabalha com questões quilombolas e indígenas de Minas.

O tour abrange as cidades de Berilo, Chapada do Norte e Minas Novas, no médio Jequitinhonha. Delas, parte-se para as comunidades quilombolas próximas, todas rurais. O valor para o passeio de nove horas nas comunidades fica entre R$ 260 e R$ 300 por pessoa, para grupos de até seis visitantes, incluindo alimentação e monitor local. Nas visitas aos moradores, a hospitalidade interiorana brasileira se mostra inteira –quase exageradamente. Em todos os lugares que visitamos, nós, turistas, tínhamos que comer primeiro, enquanto todo mundo esperava.

A culinária local é variada, saborosa e farta. Os lanchinhos do passeio, chamados “quitandas”, incluem: biscoito de polvilho frito, de fubá, brevidade (espécie de bolo de polvilho), pães caseiros, rapadura, pé de moleque… Sempre acompanhadas de café e contação de causos. Para os almoços, feijão tropeiro, feijoada, galinha caipira, angu, canjiquinha, quiabo e alguma boa cachaça das redondezas. Quase tudo tirado dali mesmo, no quintal das famílias que recebem os turistas.

Uol/noticia10

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