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Bahia - 18 horas atrás

Bahia Sem Fogo: Caravana mobiliza comunidades indígenas e rurais do Extremo Sul contra incêndios florestais

Ações educativas e práticas sustentáveis reforçam o compromisso com a preservação da Mata Atlântica e promovem integração entre saberes tradicionais e técnicos

Entre os dias 16 e 20 de dezembro, a Caravana Bahia Sem Fogo percorreu comunidades indígenas e rurais nos municípios de Eunápolis, Belmonte, Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro. Liderada pelo Governo do Estado, a iniciativa reuniu milhares de pessoas em uma jornada de conscientização, troca de saberes e estratégias para a prevenção de incêndios florestais, um problema recorrente que ameaça a biodiversidade da região.

Além do Extremo Sul, o programa alcançou, em 2024, mais de 40 municípios nas regiões da Chapada Diamantina, Oeste e Norte da Bahia, sensibilizando mais de 20 mil pessoas. Esta edição marcou o encerramento do ano, com foco na promoção de alternativas sustentáveis que reduzam a dependência do fogo nas práticas agrícolas e em outras atividades de uso do solo.

Saber tradicional e técnico se unem pela conservação
Pablo Rebelo, coordenador de Programas e Projetos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), destacou a importância do diálogo com as comunidades. “Conectamos saberes tradicionais e técnicos para mitigar os impactos dos incêndios florestais, que afetam o meio ambiente, a saúde e a economia. Concluímos mais uma etapa com balanço positivo, com adesão das comunidades e compromisso das instituições públicas em fortalecer políticas de apoio, como formação de brigadas voluntárias e cursos de reflorestamento”, afirmou.

Voz das comunidades indígenas
O vice-cacique Timbó Pataxó, da Aldeia Mata Medonha (Santa Cruz de Cabrália), celebrou a iniciativa e ressaltou a necessidade de apoio contínuo. “Somos voluntários, mas precisamos de treinamento e equipamentos. Nossa juventude também precisa aprender essa responsabilidade. Eu vivo da natureza e para ela”, declarou.

Em Porto Seguro, a cacica Yamani Pataxó, da Aldeia Juerana, compartilhou os desafios enfrentados. “Muitos incêndios começam fora do território e acabam nos atingindo. Essa Caravana nos aproximou das instituições públicas. Estamos prontos para mudar essa realidade e proteger o meio ambiente juntos”, disse.

Já Kãdara Pataxó, presidente da Associação de Mulheres Indígenas Pataxó, agradeceu a iniciativa. “Essa ação nos deu voz. Contamos com o Bahia Sem Fogo para nos ajudar no reflorestamento e na capacitação dos jovens. Awery, Governo do Estado, na língua Pataxó, significa obrigado”, destacou.

Educação ambiental como ferramenta transformadora
Durante o roteiro, foram realizadas atividades na Área de Proteção Ambiental (APA) Santo Antônio, que abrange ecossistemas como mata ciliar, manguezais e recifes, além de encontros no Instituto Federal de Educação (IFBA) e na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel.

“A participação social é a base do sucesso de qualquer ação de conservação. A Caravana trouxe educação ambiental e mobilizou as comunidades a serem protagonistas na proteção do território”, afirmou Tita Vieira, gestora da APA Santo Antônio.

O capitão Marçal, da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA/PS), reforçou a importância da sensibilização. “Uma população consciente é fundamental para reduzir queimadas. O trabalho da Caravana fortalece nossas ações de fiscalização e prevenção”, concluiu.

Com a mobilização encerrando as ações de 2024, o Bahia Sem Fogo segue como exemplo de integração entre comunidades, governo e instituições, unindo esforços para proteger a Mata Atlântica e construir um futuro mais sustentável.
Noticia10

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