BA: Projeto multibilionário de minério de ferro avança com apoio federal

O ambicioso projeto de minério de ferro da Bahia, liderado pela Bahia Mineração (Bamin) e lançado há mais de uma década no governo Lula 2, começa a ganhar tração com novo impulso do governo federal. O empreendimento inclui a mina Pedra de Ferro, localizada em Caetité (BA), um trecho da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) e um terminal portuário em Ilhéus (BA). Com grande interesse para a gestão petista estadual, o projeto é considerado fundamental para o desenvolvimento econômico da região.

Duas “alavancas” principais estão sendo acionadas para tirar o projeto do papel. A primeira envolve a liberação de financiamentos públicos, por meio de instituições financeiras ou do próprio orçamento federal. A segunda, em fase de estudos, trata de uma possível aquisição da Bamin pela Vale, em consórcio com a mineradora Cedro, de Minas Gerais, e o BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Eurasian Resources Group (ERG), controladora da Bamin desde 2010, está em negociação para vender sua participação na empresa, pedindo um valor mínimo de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,5 bilhões).

Além dessas negociações, a Bamin já recebeu um importante impulso financeiro. No fim de setembro, a mineradora baiana foi priorizada para um empréstimo de R$ 4,6 bilhões do Fundo da Marinha Mercante (FMM), recurso destinado a viabilizar a construção do terminal portuário em Ilhéus. O investimento total previsto para o porto é de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,1 bilhões), e os recursos do FMM oferecem condições atrativas, como prazos de amortização de até 20 anos e juros anuais que variam entre 2% e 7%.

Segundo fontes próximas às negociações, a liberação final desse empréstimo, e de outros futuros, está atrelada à reestruturação da composição acionária da Bamin, que garantiria maior capacidade de investimento. O projeto é visto como prioritário pelo governo Lula e parte essencial de um plano estratégico para aumentar a competitividade da Bahia no setor mineral, além de potencializar o desenvolvimento logístico e industrial da região.
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