As redes sociais estão mudando a percepção do corpo?
Quando se fala em vida moderna e em razões que levam a falta de confiança e insegurança em relação à própria imagem, rapidamente se aponta o dedo para revistas femininas e a TV. Mas, para alguns especialistas, as redes sociais também podem influenciar a forma como vemos o corpo e instituir modelos a serem seguidos.
A britânica Kelsey Hibber relatou à BBC que mantinha poucos amigos no Facebook nos tempos de escola secundária pois ela sabia que iriam implicar com ela. “Sempre fui alta e sempre fui um pouco rechonchuda também. Ninguém parecia notar durante a escola primária, mas, no sétimo ano, todos começaram a apontar, notar coisas, me fazendo pensar que eu era feia e não era especial”, disse.
Agora, aos 20 anos, Kelsey dirige um programa de mentores na Grã-Bretanha chamado Loud Education, que visita escolas para conversar com estudantes e aconselhar professores a lidar com o tema. Segundo Kelsey, as redes sociais deixam adolescentes expostos. “Você mostra o seu melhor e isto pode ser meio perigoso, pois você, naturalmente, se compara com os outros”, disse.
Facebook, Twitter, Instagram e vários aplicativos de mensagens como o WhatsApp estão entre as principais ferramentas usadas por adolescentes para se comunicar. Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros, graças à postagem e ao compartilhamento de imagens. O assunto causa grande preocupação no país. Em 2012, parlamentares recomendaram que todos os estudantes participassem de aulas obrigatórias sobre autoestima e imagem corporal.
Uma comissão parlamentar constatou que meninas de até cinco anos de idade já se preocupam com peso e aparência. Adultos também não estão imunes a este tipo de pressão. Segundo pesquisas realizadas na Grã-Bretanha cerca de 60% do público sente vergonha da própria aparência. Outro sintoma do problema, segundo um relatório da comissão, foi o aumento das taxas de cirurgia plástica no país, de cerca de 20% desde 2008.
A deputada Caroline Nokes participa de um grupo parlamentar que, junto com várias instituições de caridade, empresas e órgãos públicos, está lançando uma campanha para mudar a atitudes em relação à imagem corporal. Ela visitou escolas e conversou com estudantes de 12 e 13 anos sobre como a mídia altera imagens para “melhorar” aparências.
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