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Espírito Santo - 23 de agosto de 2018

Aracruz: Parteiras indígenas Guarani discutem parto natural no Estado

Prejudicada e incomodada com os problemas criados para as índias nos partos cesarianos feitos nos hospitais, a comunidade Guarani realizará o Encontro das Parteiras Guarani no Espírito Santo. Participarão parteiras de aldeias de São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Estarão em Aracruz (região norte), cerca de 20 parteiras dos outros estados, e aproximadamente 70 capixabas, entre parteiras, ajudantes e as meninas que vão aprender sobre o tema, como relata Werá Kwarai, o Cacique Toninho Guarani, da Aldeia Boa Esperança, em Aracruz.

O que motivou a realização do encontro são os muitos problemas enfrentados pela população indígena quando as parturientes são levadas aos hospitais. Neste caso, são comuns os partos cesarianos, com a agressão cirúrgica praticada. E aí ocorrem muitos casos de infecção hospitalar no pós-parto, esquecimento de material no corpo da mulher durante o procedimento, entre tantos outros problemas.

Diferentemente, nos partos naturais realizadas nas aldeias, é aplicada medicina dos próprios índios. É um parto 100% seguro, cuja preparação começa durante o crescimento do bebê no útero da mãe.

A alimentação especial neste período e os cuidados durante o parto garantem a normalidade do processo. Depois, a criação da criança segue a cultura guarani, inclusive na alimentação especial para o período de crescimento. Um detalhe importante, como informa o cacique, é que no parto natural há troca de energia entre a parteira e a criança. “A criança fortalece o espírito da parteira. E o espírito da parteira fortalece o espírito da criança. Há troca de energia”, explica Toninho Guarani.

Esta troca energética ajuda na saúde da criança, favorecendo o seu crescimento com saúde. E mais um detalhe de extrema significação para os índios. Feito o parto natural, com a troca energética habitual, “a criança que nasce com um dom, quando crescer o realizará”, diz o cacique. Assim poderá se tornar músico ou se voltar para a cura de doenças, cita Toninho. Apesar desta segurança no parto natural, muitos feitos em casa, algumas índias são seduzidas a procurarem os hospitais para o parto. Muitas, inclusive as jovens, já rejeitam o atendimento hospitalar.
Noticia10/séculodiario

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