Home Cidade e Região Espírito Santo Aracruz: Moradores impedem devastação ainda maior da Fibria em Lagoa de Coqueiral
Espírito Santo - 21 de junho de 2018

Aracruz: Moradores impedem devastação ainda maior da Fibria em Lagoa de Coqueiral

Os moradores do bairro Coqueiral, em Aracruz, litoral norte do Espírito Santo, foram acordados às 6h desta segunda-feira (18) com o barulho de motosserras derrubando diversas árvores nativas em uma área no entorno da Lagoa de Coqueiral, utilizada pelo município para abastecer vários bairros durante períodos de estiagem. “Às oito horas já tinham derrubado tudo!”, conta o carreteiro Angelino Matias de Paula, residente em Coqueiral há 33 anos.

Assustados com a movimentação, populares foram ao local questionar o motivo da devastação. Luana Pimentel, outra moradora que interpelou a ação, conta que o funcionário da empresa contratado pela Aracruz Celulose (Fibria) para o serviço, informou que, se os moradores não tivessem chegado, às 14h eles voltariam no local para aplicar agrotóxicos sobre o terreno devastado. “Nessa época de chuva, imagina pra onde ia esse veneno! Pra lagoa, contaminando a água que a gente bebe”, exclama.

O funcionário também informou que apenas recebeu da Aracruz Celulose a ordem para “limpar a área”, e que não podia afirmar o que seria feito do terreno depois. A presença de vários piquetes, demarcando 33 lotes, no entanto, diz Luana, indica tratar-se de um projeto de loteamento.

“Só que aqui não tem condições de ter um loteamento”, alerta, apontado impactos nocivos à lagoa. “Em época de estiagem, vem caminhão-pipa aqui pra pegar água e abastecer Santa Cruz e vários outros bairros, lugares que ficam sem uma gota d’ água na torneira!”, relata. “Não pode deixar isso, não”, reafirma Angelino.

O desejo da população residente ao redor da lagoa é que seja criada uma unidade de conservação no local, consolidando a destinação que já consta no planejamento do bairro, como pode ser verificado numa escritura de casa, registrada em 1994, definindo o espaço devastado hoje como “área de lazer”.“A gente está numa crise hídrica no Brasil todo, e ainda querem destruir o pouco que tem?”, suplica Luana.

Os funcionários contratados pela Aracruz Celulose disseram que irão levar o protesto dos moradores para a papeleira, que deve convocar uma reunião para esclarecer o que pretende fazer no local.“Tinha que colocar uma porteira e consolidar como área de preservação”, cobra Angelino.
Noticia10/seculodiario

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