A aviação brasileira na rota do biocombustível
Imagine um avião sustentável: com biocombustível feito a partir da cana de açúcar, carpete reciclável e menos ruído. Essa é a proposta que a Boeing e a Embraer apresentaram no dia 7 de julho no Rio de Janeiro. As empresas firmaram parceria no programa EcoDemonstrator: um programa estratégico da Boeing para investir em tecnologias que reduzam a emissão de gás carbônico, o uso de combustível e até o barulho dos aviões.
O programa foi criado pela Boeing em 2011 e desde então já testou mais de 50 tecnologias em três modelos diferentes de aeronaves (Next Generation B737-800, B787 Dreamliner e um B757).
Em 2012, quinze novas tecnologias foram testadas num avião da American Airlines (Next Generation B737-800) como, por exemplo, a célula de combustível de hidrogênio regenerativo e o biocombustível misturado.
Em 2014, foi a vez de testar vinte e cinco tecnologias pra deixar os voos mais silenciosos e mais eficientes em termos de utilização do combustível. Nesse sentido foi testado pela primeira vez o “green diesel”: o avião B787 Dreamliner voou com uma mistura de 15% de “green diesel” e 85% de combustível fóssil. O “green diesel” é um tipo de biocombustível obtido a partir de uma mistura de sebo e vários tipos de óleo, inclusive o de cozinha, reciclado.
Em 2015, a Boeing investiu ainda mais na redução das emissões de gás carbônico. Junto com a Nasa, o ecoDemonstrator utilizou pela primeira vez o “green diesel” produzido nos Estados Unidos (uma mistura com 5% de “green diesel” e 95% de combustível de petróleo para jatos). A Boeing afirmou que tem trabalhado para aprovar o uso do “green diesel” na aviação comercial, o que tornaria o biocombustível mais acessível para as companhias aéreas e estimularia ainda mais o seu uso.
Uma das principais inovações do EcoDemonstrator esse ano é o teste de desempenho do biocombustível produzido a partir da cana de açúcar. Estudos feitos pelas equipes da Boeing e da Embraer apontam que o bioquerosene de aviação pode emitir de 50% a 80% menos carbono em seu ciclo de vida do que o querosene de origem fóssil. Essa é a primeira vez que a Embraer participa e promete contribuir bastante com as pesquisas que vem desenvolvendo desde o ano passado na área de biocombustíveis.
A empresa brasileira foi fundada em 1969 e é líder na fabricação de jatos comerciais de até 130 assentos. Por email, a assessoria de imprensa da Embraer esclareceu como vem sendo desenvolvido o trabalho no Centro Conjunto de Pesquisas em Biocombustíveis Sustentáveis para a Aviação:
“O Centro Conjunto de Pesquisas em Biocombustíveis Sustentáveis para a Aviação, aberto ano passado no Parque Tecnológico de São José dos Campos em parceria com a Boeing foi criado com o objetivo de desenvolver e amadurecer conhecimento e tecnologias visando possibilitar o estabelecimento de uma cadeia voltada ao tema no Brasil”
De acordo com a Embraer, os testes com biocombustíveis não são feitos lá, e sim, no Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas (SP). Durante sete meses, os pesquisadores vão avaliar o potencial técnico-econômico das biomassas, as tecnologias de conversão e o processo de produção de biocombustíveis para aviação através de uma ferramenta digital conhecida como “Biorrefinaria Virtual de Cana de Açúcar”:
“Na simulação, dados econômicos, sociais e ambientais foram utilizados para identificar os impactos técnicos e de sustentabilidade das potenciais alternativas hoje já maduras (e disponíveis no Brasil) para produção de biocombustíveis para aviação” – explicou a assessoria de imprensa da Embraer.
Fora do laboratório, o biocombustível produzido a partir da cana de açúcar vai ser testado na aeronave Embraer E170 que faz parte do projeto EcoDemonstrator deste ano. Os ensaios estão programados para acontecer entre agosto e setembro deste ano.
noticia10/ onu
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