ES: Mulheres negras têm 60% mais risco de mortalidade por câncer de mama no Estado, diz pesquisa
Uma pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) expôs um dado alarmante: mulheres negras diagnosticadas com câncer de mama no Estado enfrentam uma mortalidade 60% maior em relação a outros grupos. A pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), revela ainda que entre 2000 e 2020 o número de casos aumentou substancialmente, destacando disparidades no acesso a diagnósticos e tratamentos adequados.
O estudo, realizado pelo doutorando Raphael Pessanha, sob orientação do professor Luís Carlos Lopes-Júnior, aponta que fatores como diagnósticos tardios e tratamentos inadequados agravam o cenário, especialmente entre as mulheres atendidas pelo SUS, predominantemente pardas, casadas e com ensino fundamental. Pessanha ressalta que as desigualdades raciais na saúde são um desafio crítico, refletindo barreiras de acesso e até preconceitos dentro do sistema de saúde.
Apesar das desigualdades, o estudo mostrou que 82% das mulheres diagnosticadas possuem sobrevida de ao menos cinco anos, um indicador positivo, mas que ainda reforça a importância de diagnósticos precoces e tratamentos de qualidade, especialmente para mulheres negras e de baixa renda, que enfrentam mais dificuldades em todas as etapas do tratamento.
Financiada pela Fapes e com apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a pesquisa destaca a necessidade urgente de políticas públicas que reduzam as disparidades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama, salvando vidas e promovendo mais igualdade nos cuidados de saúde.
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