Ilhéus: Estudantes desenvolvem repelente natural para combater aumento de mosquitos e doenças transmitidas

Com o aumento alarmante dos casos de Dengue na Bahia – um crescimento de 667% até abril de 2024 em comparação com o ano anterior, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) – um grupo de estudantes de Ilhéus criou uma solução inovadora para enfrentar o problema. Arthur Pereira, Alana de Melo e Manoel Marcos, alunos do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira (Ceepamev), desenvolveram um repelente acessível utilizando cravo-da-índia e alfazema-do-brasil. A iniciativa visa oferecer uma alternativa de baixo custo e sustentável para afastar mosquitos transmissores de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya.

A ideia nasceu a partir do desconforto com as picadas de mosquitos, como explica Alana, uma das criadoras do repelente. “Percebemos que havia necessidade de algo acessível e que funcionasse, então, unimos o conhecimento sobre as propriedades repelentes do cravo-da-índia e da alfazema-do-brasil para desenvolver o produto”, conta. O projeto foi orientado pela professora Margarete Correia e envolveu pesquisa aprofundada sobre os componentes naturais usados na fórmula.

Segundo Arthur, o processo de criação foi meticuloso, envolvendo várias etapas de teste. “Extraímos os óleos essenciais das plantas com o uso de álcool e realizamos testes de pH e eficácia. Os resultados foram positivos: o repelente impediu a aproximação dos mosquitos e apresentou um pH médio de 6,3, dentro do padrão ideal para repelentes”, detalha o jovem cientista. O cravo-da-índia, com seu ácido eugenol, e a alfazema-do-brasil, rica em citronelol e linalol, provaram ser uma combinação eficaz.

O projeto dos estudantes já rendeu prêmios. Representando a equipe, Arthur foi premiado no Expo Milset Brasil com uma credencial para participar da Milset ESI 2025, em Abu Dhabi. “Ainda temos mais etapas de aprimoramento pela frente, mas esperamos que o repelente se torne uma ferramenta valiosa na proteção contra doenças transmitidas por mosquitos”, finaliza Arthur, confiante no impacto social e ambiental da iniciativa.
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