Deputados derrotam Bolsonaro e aprovam Auxílio Brasil permanente com valor mínimo de R$ 400.

A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 27, o texto-base da Medida Provisória (MP) do Auxílio Brasil com uma emenda da oposição que torna o programa social que substituiu o Bolsa Família permanente, no valor mínimo de R$ 400. Foram 418 votos a favor e 7 contra. Como instituído inicialmente pelo governo, o Auxilio Brasil, que elevou o valor a R$ 400, só iria até dezembro deste ano. Os deputados ainda vão analisar destaques, ou seja, sugestões de mudança no texto.

Uma das estratégias usadas pela oposição para conseguir aprovar o Auxilio Brasil de forma definitiva foi defender um novo valor mínimo para o benefício, com pagamentos de R$ 600. No entanto, o Palácio do Planalto decidiu ceder nesse ponto das negociações para neutralizar essa ofensiva da oposição. “Nós queríamos os R$ 600 e de forma permanente, essa parte nós vencemos. Vai ser permanente, mas vai ficar em R$ 400”, disse o deputado Bohn Gass (PT-RS), ao comentar o fato de o governo ter acatado, parcialmente, as propostas da oposição.

Bolsonaro planejava deixar a MP caducar, com receio de o valor ser elevado a R$ 600, medida considerada pela equipe econômica como uma bomba fiscal para as contas públicas, se fosse aprovada. A ideia era editar, posteriormente, um decreto para fixar o valor em R$ 400. Sem respaldo para deixar a MP perder a validade, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro recuaram e passaram a ver a negociação dentro do Congresso Nacional como o único caminho para impedir a elevação do benefício. O aumento do benefício a R$ 600 custaria R$ 30 bilhões aos cofres públicos.
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