Bolsonaro atua de forma político/ideológica e seletiva, pede a suspensão dos decretos do DF, SP e RS e blinda MG.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que sejam suspensos os decretos com restrições por causa da pandemia no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Bolsonaro anunciou que entraria com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ontem (18), durante a live semanal. 

“Entramos com Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao STF buscando conter esses abusos. Entre eles, o mais importante é que nossa ação foi contra o decreto de três governadores. No decreto, inclusive, o cara bota toque de recolher. Isso é estado de sítio, que só uma pessoa pode decretar: eu”, disse o presidente.

A  atitude do Presidente demonstra claramente a sua atuação político/ideológica e seletiva quanto às decisões dos governadores sobre restrições em seus estados por causa da pandemia. Em Minas Gerais, por exemplo, as restrições adotadas no último decreto pelo governador Romeu Zema (NOVO) aliado do presidente, colocando todo o estado na “onda roxa ”-faixa de classificação de risco máximo- são, em linhas gerais, mais severas do que as adotadas por Bahia, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

Essa nova investida do presidente visa claramente criar uma situação de instabilidade nestes estados, que têm os seus governadores, desafetos por parte de Bolsonaro. O pedido do presidente, acontece no pior momento da pandemia da covid. Na última semana, a média foi de 2.096 óbitos diários causados pela doença, com um total de 287.795 mortes desde o início da pandemia. Com tudo isso, o presidente Jair Bolsonaro insiste em fazer política de desconstrução usando vidas como munição.