BA: Reuso de esgoto tratado na agricultura e na indústria, em municípios baianos, é assunto de webnário promovido pela Embasa
O reuso de efluentes sanitários tratados é uma das estratégias que serão utilizadas pelas empresas de saneamento para enfrentar, com segurança e sustentabilidade, a crescente carência de água no mundo e os altos custos para buscá-la cada vez mais longe. A Embasa apresentou, em webnário, um estudo pioneiro, iniciado em 2019, que avaliou o potencial dessa prática em municípios baianos. O evento atraiu o interesse e contou com a participação de vários representantes de universidades, empresas de engenharia, outras empresas de saneamento, da indústria, agricultura e de órgãos públicos (recursos hídricos, meio ambiente e saúde).
O uso de efluentes de estações de tratamento de esgotos (ETE) para fins não potáveis – como atividades agrícolas, industriais e urbanas e recarga de aquíferos – é ainda incipiente no Brasil e na Bahia, embora o estado esteja bem avançado no aspecto regulatório. “No cenário atual de escassez hídrica, é essencial construir momentos de reflexão e intercâmbio para discutir alternativas para a gestão e ampliação da oferta de água, uma vez que boa parte do território baiano está localizada no semiárido”, disse Júlio Mota, gerente de Tecnologia Operacional da Embasa.
“O reúso é importante porque responde a uma necessidade de atender com segurança as demandas hídricas das áreas abastecidas nas condições atuais e nas futuras e, ao mesmo tempo, ele permite aperfeiçoar os serviços de esgotamento. O estudo desenvolvido identificou que o interesse em ações de reúso pode ser um impulsionador para expansão do sistema de coleta de esgoto no estado e no Brasil”, explicou Helene Kubler, coordenadora-geral do estudo pelo Consórcio Worley, consultoria internacional contratada no âmbito do Projeto de Cooperação Técnica (PCT) “Universalização e aperfeiçoamento da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em áreas prioritárias do Estado da Bahia”, firmado entre a Embasa, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE).
Atualmente, a Embasa opera 134 sistemas de esgotamento sanitário em 103 municípios atendendo a 1,4 milhão de ligações. São 363 estações de tratamento de esgoto. De acordo com o estudo, levando em consideração a vazão dos efluentes tratados pela Embasa (cerca de 5.478 litros por segundo), o potencial de utilização para reúso seria de 1.400 l/s, considerando o ano de 2024. Foi identificado que o maior potencial de reúso agrícola estaria nas regiões do semiárido e oeste baiano, e de reúso industrial na região metropolitana de Salvador. As estações de tratamento com maior potencial atualmente são as de Candeias, Subaé (Feira de Santana), Itaberaba, Vitória da Conquista e Luís Eduardo Magalhães.
Noticia10/ascom
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