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Brasil - 18 de setembro de 2019

Venenos da Bayer e Basf mataram mais de 50 milhões de abelhas no Sul do País em 30 dias.


Neste ano foram registradas mortes de abelhas causadas por agrotóxicos em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo Uma investigação em Santa Catarina revelou que cerca de 50 milhões de abelhas morreram envenenadas por agrotóxicos em janeiro deste ano.

Os testes – pagos com recursos do Ministério Público estadual – mostraram que a principal causa foi o uso do inseticida fipronil, usado em lavouras de soja na região. A substância foi proibida em países como Vietnã, Uruguai e África do Sul após pesquisas comprovarem que ela é letal para as abelhas.
Ao inspecionar seus apiários, em janeiro, produtores do Planalto Norte catarinense – região onde as florestas nativas vêm perdendo espaço para o eucalipto – encontraram as abelhas dizimadas. Entre os dias 22 e 31 de janeiro, a Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), órgão do governo do Estado, coletou amostras de abelhas mortas nas duas cidades mais afetadas, Major Vieira e Rio Negrinho, e as enviou ao Ministério Público. As amostras também foram mandadas a um laboratório em Piracicaba (SP).

Os exames encontraram três agrotóxicos: o fungicida trifloxistrobina, o inseticida triflumuron, ambos fabricados pela Bayer, e, em maior quantidade, o inseticida fipronil, introduzido no país pela Basf — que deteve a patente do princípio ativo até 2008. As duas empresas afirmam que seus produtos, se utilizados conforme as orientações, são seguros para o meio ambiente, a Cidasc não responsabilizou nenhum produtor e considerou que a contaminação foi acidental.

“O impacto desses agrotóxicos é que eles são letais para as abelhas, agem diretamente no sistema nervoso central. As que não morrem durante o voo retornam adoecidas e contaminam toda a colmeia”, explica o agrônomo Rubens Onofre Nodari, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Os três agrotóxicos encontrados no laudo são classificados pelo Ministério da Saúde como classe dois, que significa “altamente tóxico”. A classificação varia de um, “extremamente tóxico”, a quatro, “pouco tóxico”. Apesar disso, o Brasil os libera para uso em lavouras.
Noticia10

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