Em Aracruz e Cabrália, Milhares de índios protestam contra municipalização de saúde

A reivindicação dos índios é para que a saúde indígena continue sendo de responsabilidade do Governo Federal, através da Secretaria da Saúde Indígena (SESAI) e são contra a transferência da pasta para a administração dos municípios brasileiros. A manifestação, segundo informações da polícia, provoca a interdição da rodovia, que liga as cidades de Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro.

Segundo o cacique Siratã Pataxó, da Reserva da Jaqueira, o protesto ocorre em diversos estados do país, como forma de pressionar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a receber uma comissão indígena que está em Brasília há três dias. Eles querem que o ministério reveja a decisão de extinguir a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). A polícia acompanha o protesto, que está sendo pacífico. Os índios estão permitindo a passagem de ambulâncias e veículos do governo federal.

As aldeias capixabas também aderiram à semana de mobilizações bloquearam ao menos quatro rodovias para chamar a atenção da população, da mídia e das autoridades. A confirmação da adoção da medida, que já vinha circulando nos bastidores do governo federal feita em discurso do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, contribuiu para uma onda de protestos nas comunidades indígenas pelo Brasil.

Toninho de Comboios, cacique da Terra Indígena de Comboios, explica que a medida do governo federal joga por água abaixo as conquistas dos últimos anos na área da saúde indígena. “Fecharia todos os postos de saúde indígena em Aracruz e aproximadamente 400 em todo Brasil. Além da exoneração de 13,6 mil servidores que atendem a saúde indígena. Acabaria com a saúde indígena especial, que passaria a ser pela rede municipal”, explica.

ENTENDA – No último dia 20, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou mudanças na estrutura da pasta que impactam diretamente as diversas etnias espalhadas pelo país. A proposta que prevê a extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que passaria a atuar como um departamento, incorporando os serviços destinados às aldeias a uma nova Secretaria Nacional da Atenção Primária.
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